terça-feira, 10 de maio de 2011

Poema de Vanildo Brito

5
 
As geometrias famintas o sangue sugam das Raças --
Vem o Anticosmolábio e esculpe em pus a carcassa. 
Nasce então um novo ritmo fechado, negando os ritos --
estrôncio brota das fendas horizontais desse mito. 
E as Raças tornam-se frias da frialdade metálica
que reina naquele reino reimoso das cousas pálidas. 
Agora o estranho aparelho se auto-regula e modela
corpos assimétricos sobre sua pele cibernética. 
Suas feias estruturas desconjuntam pensamentos
e eis que depois os decepam no agudo gume do vento. 
Libra ou balança que dança mas que símbolos não canta
Os gestos transcendentais estão vazios. Não mais. 

Do livro A Construção dos Mitos

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