sábado, 30 de abril de 2011

Antologia da Zunái

Deixando as polêmicas de lado, parabenizo os amigos que estão na antologia da Zunái.

Hoje, posto poema do camarada dos tempos de faculdade Fábio Cardoso.

pelos muitos beijos     
(a todos os lábios da rossana)

lábios meus se metem
sobre si somente.
mentem-me! por mim,
beijam-se a pensar
meterem-se em ti.

seu medo é dormir
metendo-se em ti
(matando-se em sono)
e em beijo acordarem
matando-se em si.

 Fonte:
http://www.revistazunai.com/poemas/index.htm

Coleção Contos de Bolso tem CAIXA BAIXA

Recebi e-mail do Roberto Denser comunicando esssa maravilha.
Reproduzo texto que está em seu blog:

Bem, galerinha, estou participando desse novo projeto com mais cinco autores. Espero que gostem, divulguem para os amigos, etc. Mensalmente irei postar os e-livros por aqui até que vocês completem a coleção. Para baixar esse primeiro volume, basta clicar AQUI ou na capa.
Boa leitura! 

Sobre a Coleção

capa #1
A Coleção Contos de Bolso traz e-Livros que serão lançados mensalmente e distribuídos de forma gratuita através da internet. Ao total serão dez volumes colecionáveis de cinco autores diferentes — dois contos de cada, portanto — com, no máximo, 30 páginas para você ler em seu e-Reader ou computador, enviar para os amigos, parentes, ou mesmo disponibilizar em seus blog’s para download gratuito!

Vinicius de Moraes - Dia da Criação (Porque hoje é sábado)

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Poesia Jairesca

Vertigem

Para Roberto Denser

Ao habitar-se nos pedaços,
A bailarina sentiu-se inteira,
Encantada em seus passos.

Ao habitar-se em seus cacos,
A bailarina sentiu-se plural,
Em seus giros inexatos.

Ao habitar nos estilhaços,
A bailarina sentiu-se uma,
Em mil saltos abstratos.

E ao habitar-se no espelho,
A bailarina então se viu,
Revelada em seu segredo.


O poema acima foi baseado no conto A Bailarina de Vidro de Roberto Denser.
Devo dizer, um dos melhores contos que li nos últimos tempos.

IIª GRANDE FEIRA DO LIVRO DE MAPUTO DE 29 DE ABRIL A 01 DE MAIO


Nos dias 29, 30 de Abril e 01 de Maio decorrerá, no Jardim do Parque dos Continuadores em Maputo (FEIMA), a segunda edição da Grande Feira do Livro de Maputo (IIª GFLM).

A IIª Grande Feira do Livro de Maputo é uma iniciativa conjunta do Conselho Municipal de Maputo e do grupo Culturando, movimento constituído pelos Centros Culturais e missões diplomáticas em Moçambique, concretamente pelo Centro Cultural Brasil-Moçambique-CCBM, pelo Centro Cultural Franco-Moçambicano-CCFM, pelo Instituto Camões em Maputo, pelo Instituto Cultural Moçambique-Alemanhã-ICMA, e pelas Embaixadas da Bélgica, Espanha e Itália, numa parceria que inclui também a FEIMA e o Instituto Nacional do Livro e do Disco (INLD). A Naturalmente é a entidade organizadora do evento, que conta com o patrocínio exclusivo do BCI.
grande feira do livro de maputo 2011.jpg - 179.27 Kb
A IIª GFLM tem como principais objectivos comemorar o Dia Mundial do Livro, promover o gosto pela leitura e estimular e facilitar o acesso à aquisição de livros a preços promocionais.
Durante os três dias da Feira, estão programadas diversas actividades ligadas à divulgação da literatura e do livro em geral, com destaque para a homenagem a ser prestada aos poetas Amin Nordine e Malangatana.
Estão confirmadas as presenças de 27 expositores, entre editoras, livrarias, produtores independentes e Centros Culturais e Embaixadas, o lançamento de 14 livros, conversas e sessões de autógrafos com os autores João Paulo Borges Coelho, Calane da Silva, Mia Couto, Marcelino Dingano, Lina Magaia, Ungulani Ba Ka Khosa, Carlos Serra, Hipólito Sengulane, Jafete Matsimbe, entre outros. A Feira contará também com a presença do escritor e investigador belga Guido Convents e do ilustrador da Guiné Equatorial Ramón Esono, que vai desenvolver em paralelo uma exposição na Baixa da cidade intitulada “Bocas Silenciadas” e um workshop em parceria com a ENAV.

Durante a Feira do Livro de Maputo está igualmente prevista a realização de um programa de animação cultural variado que envolve os contadores de estórias Rogério Manjate, Rafo Dias do Peru, declamadores de poesia, grupos Kupalucha e Poetas do ICMA, monólogos com as actriz portuguesa Filipa Casimiro e a moçambicana Maria Atália Combane, e oficinas infanto-juvenis com a animadora portuguesa Tânia Silva.

Com http://revistaliteratas.blogspot.com/

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Poema de Roberto Denser

Academias celebram o dia do Escritor Paraibano



Convite

O Presidente da União Brasileira de Escritores da Paraíba, Ricardo Bezerra, o Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, Joaquim Osterne Carneiro, e a Presidente da Academia de Letras e Artes do Nordeste - Secção da Paraíba, Socorro Aragão, têm a honra de convidar V.Sª. para participar da Homenagem conjunta ao Escritor Joacil de Britto Pereira em comemoração ao DIA DO ESCRITOR PARAIBANO que foi instituído pela Lei 4.541/83, alusiva ao nascimento do Poeta Augusto dos Anjos, que ocorre no dia 20 de Abril, que acontecerá no dia 29 de abril de 2011, às 17 horas, na sede da UBE/PB na Praça Dom Adauto, nº 13 (Centro Cultural Joacil de Brito Pereira)- Centro de João Pessoa, Paraíba.           
 

                         
Na certeza de sua participação, desde já agradecemos sua presença.
                                          
           

Ricardo Tadeu Feitosa Bezerra
Presidente da União Brasileira dos Escritores  da Paraíba - UBE-PB



 
Joaquim Osterne Carneiro
Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano – IHGP


Socorro Aragão
Presidente da Academia de Letras e Artes do Nordeste – Secção Paraíba - ALANE


Que tal quinta?

A nova temporada do projeto "Que tal quinta?" terá como foco os temas literatura e gênero. Os debates e a roda de diálogos começam nesta quinta-feira (28), a partir das 18h, na 'Sala Funjope'. A atual edição traz como convidadas a autora paulista radicada no Ceará Nina Rizzi e a poetisa potiguar Marize Castro, com mediação do jornalista Tiago Germano. O projeto é uma promoção da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), por intermédio da Fundação Cultural (Funjope).

No encontro, também acontece o lançamento do livro de poemas 'Lábios-espelhos', de Marize Castro, e a exibição de um vídeo com a obra de Nina Rizzi. Em seguida, cada convidado fará a apresentação de sua obra, abordando conceitos e provocações literárias, seguindo a estrutura de perguntas e respostas, com espaço garantido para intervenções da plateia.

Que tal quinta? – O projeto literário, de caráter aberto e lúdico, acontece sempre na última quinta-feira de cada mês, com a participação de dois ou mais convidados para um debate sobre um ou mais temas ligados à obra de cada autor. Também há espaço para performances poéticas, recitais, exibição de vídeo e lançamento de obras, com o objetivo de promover a interlocução entre autores e consumidores de obras literárias, estimulando a produção e descentralizando os bens e as expressões culturais da Capital.

Sobre as autoras – A escritora, historiadora e militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Nina Rizzi, reside atualmente na cidade de Fortaleza, no Ceará. Tem textos e poemas publicados em antologias, nas revistas 'VacaTussa' e 'La Papa Ruchada' (Argentina), e em várias páginas da internet, entre elas, Germina, Garganta da Serpente e Balaio Porreta. Edita o blog Ellenismos, escreve no Putas Resolutas e é uma das autoras presentes em "Dedo de Moça — uma antologia das escritoras suicidas" (São Paulo: Terracota Editora, 2009).

A escritora e jornalista Marize de Castro foi editora do jornal literário 'O Galo', da Fundação José Augusto, que reuniu um material literário significativo do Rio Grande do Norte, dando uma valiosa contribuição à cultura do Estado. Além de editora, como poetisa publicou 'Marrons crepons marfins' (1984), que recebeu o Prêmio de Poesia da Fundação José Augusto, e 'Rito' (1993). Em 1996, Marize publicou 'Poço. Festim. Mosaico', onde utiliza uma linguagem que oscila entre a prosa e a poesia e se nutre dos principais mitos e musas da literatura ocidental.

Serviço
'Que tal, quinta?'
Quinta-feira (28) – 18h
Sala Funjope – 3º piso da sede da Funjope (Rua Duque de Caxias, nº 352, Centro)
Mais informações: 3218-9811 (André Aguiar)

Com Lau Siqueira

quarta-feira, 27 de abril de 2011

MINC quer mandar convites para escritores paraibanos

Repassando:
 
Olá!
Recebi ligação do Roberto Azoubel, do Ministério da Cultura, solicitando e-mail e telefone dos escritores da PB, para enviar um convite.  Solicito, se possível, que repassem a informação, pois certamente não tenho o e-mail de muita gente, especialmente do interior. O e-mail do Roberto Azoubel, roberto.minc@gmail.com
Há braços!
Lau
 
Anotem os demais contatos do nosso companheiro de jornada:
 
Roberto Azoubel,
Assessor I Ministério da Cultura
Representação Regional Nordeste I RRNE
Rua do Bom Jesus, 237 I Bairro do Recife
CEP: 50030-170 I Recife - PE
(81) 3194-1315 I (81) 97293757

Que tal quinta?

 
 Muito bacana essa do André Ricardo. Programa bem legal para o meio de semana.
 
Hora
quinta, 28 de abril · Das 18:00  às  20:30h

Localização
Sala Funjope - Centro (ao lado do Terceirão)

Criado por

O que é?
As escritoras Nina Rizzi (CE) e Marize Castro(RN), com mediação de Tiago Germano(PB), falarão sobre literatura e gênero, em bate papo direto com o público. Na ocasião, será lançado o livro Lábios-espelhos, de Marize Castro. Às 18h, quinta.

Lau Siqueira lança livro em Curitiba

Reproduzo e-mail que recebi do poeta e amigo Lau Siqueira comunicando o lançamento de seu novo livro de versos em Curitiba. Eis o e-mail:

O lançamento do meu livro Poesia Sem Pele, está confirmado para o dia 10 de maio, às 19 horas, neste simpático Café: http://www.brooklyncoffeeshop.com.br/site/?page_id=2  Se conhecer alguém lá, por favor, ajude na divulgação.
 
Se eu estivesse em Curitiba, já estaria lá.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Ano Cultural Políbio Alves será lançado nessa 3ª no CAM

A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), por meio da Secretaria de Educação e Cultura (Sedec), lança nessa terça-feira (26) o Ano Cultural Políbio Alves. O lançamento será no auditório do Centro Administrativo Municipal (CAM), em Água Fria, às 15h.
Durante o ano letivo, os alunos irão concorrer ao prêmio "Estudante Destaque", produzindo poemas com o tema: "Vivendo a cidade de João Pessoa". Participarão ainda do Festival de Teatro com peças inspiradas na obra "Varadouro", de Políbio Alves, que estimula alunos e professores a redescobrirem a cidade de João Pessoa através de um passeio poético, histórico e cultural. Também vivenciarão projetos interdisciplinares de Poesia e Teatro no cotidiano escolar.
Durante o lançamento será anunciado o nome da atriz paraibana Zezita Matos como homenageada do Festival de Teatro e da professora Adjane Pontes como homenageada da Mostra de Dança.
Em 2010 no ano cultural premiou 174 estudantes com notebooks, 183 professores e 10 alunos com violões, 11 estudantes com teclados, 14 com flautas doces e 01 (um) Centro de Referência em Educação Infantil (Crei) com uma câmera filmadora.
No ano de 2007 foi instituído o Ano Cultural Ariano Suassuna, em 2008 o Ano Cultural José Lins do Rego, em 2009 o Ano Cultural Sérgio de Castro Pinto, e em 2010 o homenageado foi Zé Ramalho.
Programação – o lançamento vai contar com a exibição do Grupo de Choro da Sedec. Será feita a entrega de notebooks referentes ao ano Cultural Zé Ramalho aos estudantes destaques selecionados pelo desempenho na produção de poesias.
Irá compor a mesa o prefeito Luciano Agra; a secretária de Educação Ariane Sá; Marcelo Bandeira, diretor de Gestão Curricular; o poeta homenageado Políbio Alves; a atriz homenageada no Festival de Teatro, Zezita Matos; a professora de dança homenageada, Adjane Pontes; e o coordenador do Patrimônio Cultural do Estado da Paraíba, Fernando Moura.
Políbio Alves – Nascido em João Pessoa, no ano de 1941, Políbio Alves é Poeta e contista, graduado em Ciências Administrativas, e tem quatro livros publicados ("O Que Resta dos Mortos", "Varadouro", "Exercício Lúdico - Invenções de Armadilhas" e "Passagem Branca"), além de trabalhos em antologias e periódicos nacionais e internacionais. Detém prêmios literários no Brasil e no exterior.
No ano de 2001 recebeu a Medalha "Poeta Augusto do Anjos", da Assembléia Legislativa da Paraíba e, em 2002, a comenda Cidade de João Pessoa, da Câmara Municipal da capital paraibana. Este ano ele foi homenageado pela Fundação Cultural de João Pessoa (FUNJOPE) com uma placa em bronze do poema épico 'Varadouro', na Praça Antenor Navarro, no Centro Histórico.


com: SECOM

Poetas do interior III

Poema de Thiago Lia Fook ( Campina Grande)

Gravura

a luz já se apagara

no dormitório de mogno

outra luz causava penumbra

alheia às inalteráveis regras

uma andorinha retardatária

se equilibrava no varal

_______________________________________________________________-


Poema de Betomenezes (Santa Rita)

Por que o mar é salgado?
É das lágrimas
Dos que esperam
Os que nunca vão vir.

PS: é a segunda vez que publico esse poema de betomenezes, mas é que gosto demais dele. Desculpem a repetição.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

E o interior não pára!

O Ponto de Cultura Cantiga de Ninar realiza a Gincana Cultural Emir Nunes, e uma das tarefas da competição, que envolve seis escolas públicas de Itabaiana, é estimular o gosto pela leitura entre alunos e a população da cidade. O livro “A Voz de Itabaiana e outras vozes”, que conta a história do Município através da literatura de cordel, é utilizado para despertar o interesse pela leitura e pela memória local. Mais de 400 exemplares do livro estão sendo espalhados pelas equipes da Gincana.

Para Débora Lins, coordenadora do projeto e Presidente do Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente, a leitura aumenta o poder de criticidade dos alunos. “É fundamental para a aprendizagem do ser humano, pois através da leitura enriquecemos nosso vocabulário e dinamizamos o raciocínio”, disse ela, acrescentando que o gosto pela leitura e o amor à terra natal devem ser estimulados na infância e adolescência.

O autor do livro, Fábio Mozart, disse que espera a adoção da obra na grade curricular pela rede municipal de ensino, como recomenda projeto de lei de um vereador local. “Isso vai contribuir muito para que os estudantes itabaianenses conheçam de forma lúdica e poética a história e a formação de nossa cidade através da poesia de cordel”. O livro “A Voz de Itabaiana e outras vozes” traça o perfil de Itabaiana, conhecida como a “Rainha do vale do Paraíba”, obedecendo a uma cronologia histórica. Contando a história de Itabaiana em versos, o autor também introduz o leitor no universo da poesia narrativa e da literatura de cordel nordestina. “Pode ser uma ferramenta importante tanto para professores e alunos em sala de aula, quanto para leitores de qualquer idade”, declarou Mozart.

Scortecci comemora 30 anos com antologia

Inscrições abertas para a Antologia de Poesias, Contos e Crônica Nossa História, Nossos Autores - Edição Comemorativa de Aniversário de 30 Anos da Scortecci. Participe! Lançamento em Agosto de 2012 no estande da Scortecci na 22ª Bienal Intenacional do Livro de São Paulo. Inscrições




Participação:

200 (duzentas) vagas, em dois volumes, com até 400 páginas cada, ou a data limite de 31 de março de 2012, o que completar ou atingir primeiro.

Poetas do interior II

Hoje é o povo de Itabaiana e Campina Grande


Poema de André Ricardo ( Natural de Itabaiana)


Terceira vigília

Mulher nua dormindo. O mistério em pétalas.
Os labirintos semicerrados, como se deuses
movessem a mobília dos sonhos.
A cama é uma mulher silenciosa. Gótico barco
e páginas de antigos mares na insônia
das palavras caladas, âncoras de sombra.
Noite entre mulher e vigília. 0 luar salta a janela
(uma lagoa) e por uma fresta mínima
a ternura sonha pequenos dragões.

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Poema de Bruno Gaudêncio ( Natural de Campina Grande)

Danações (II)
A André Ricardo Aguiar

Hoje, não mais que hoje, sou disperso.
Pedaços de um mundo bem distante
Contemplo o que é surpresa, mas desprezo.
São dores que renascem neste instante.

Solidão inútil, constante “amiga”.
A flor que te inventou se recolheu.
És bela e pura, porém inimiga.
Hoje não mais sei o que sou eu.

Oh solidão que enche todo o quarto!
Delira no meu corpo incauto e gasto.
Deixa-me em paz um só minuto.

Não suporto este porto solitário
Estou morto, pois o mundo eu atrapalho.
E o que resta de saída é o absurdo.

domingo, 24 de abril de 2011

Poetas do interior

A partir de hoje, o blog vem com a série Poetas do Interior.

O objetivo é mostrar que a posia sopra onde quer, como disse Murilo Mendes.

Hoje é a vez de Cajazeiras.

Poema de Linaldo Guedes

O sexto personagem

dorian gray com trajes de alferes

diante do espelho não o horror aos próprios vícios mundanos
mas a saudade dos rapapés
e dos escravos
e dos mimos de tia marcolina

duas almas filosofando
sobre a eliminação humana:
never, for ever!- for ever, never

enigmas machadianos espatifados pelo leitor,
sem réplica jacobina.

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Poema de Luis Fernando Mifô

o gigante


Tem dias em que não caibo
nessa cidade de vanguarda.
É estranho, porque quanto mais
ela cresce, menos eu caibo.
¿Como pode essa Física louca
que nenhum Einstein me explica?
Quanto mais ela cresce, menos eu caibo.

Me sinto apertado, incomodado, fustigado.
Tem dias em que sou quase asfixiado
pelos cabos de fibra ótica que servem de varais
nos apartamentos dos estudantes de Medicina.

Se me descuido e viro a cara,
sou capaz de enfiar os olhos num pára-raios.
Se me descuido e piso em falso,
sou capaz de esmagar os carros,
de chutar as estátuas, estilhaçar as vitrines,
de arrastar nos dedos o supermercado,
de dar uma topada na ambulância do SAMU,
de meter os calcanhares no prédio
da Prefeitura e pôr o gabinete do prefeito abaixo.
(assim vou acabar sendo exilado
em pleno estado democrático)

Por isso preciso ter cuidado, muito cuidado!
Preciso dormir bem posicionado,
acordar assaz equilibrado,
atravessar a cidade olhando para os lados,
andar como quem pisa em ovos
e evitar os sapatos para não estragar o asfalto.

Por isso preciso ter cuidado, muito cuidado!
Porque quanto mais essa cidade cresce,
mais me torno um homem desengonçado.

ATENÇÃO!!! está aberta a inscrição do Prêmio Viva Leitura 2011

As inscrições para o Prêmio VIVALEITURA 2011 estão abertas. Os 15 (quinze) finalistas, sendo 5 (cinco) de cada uma das três categorias, e os 3 (três) finalistas indicados para Menção Honrosa, que receberão diploma e troféu Vivaleitura, serão anunciados em setembro pela imprensa e pelos sites do Prêmio Vivaleitura, do MEC, MINC e OEI. Os trabalhos, que concorrem a um prêmio de R$ 30 mil em cada categoria, podem ser cadastrados entre 28 de março e 25 de julho de 2011, tanto pelo site como por via postal, em carta registrada, com aviso de recebimento, endereçada a:
 
Prêmio Vivaleitura 2010
Caixa Postal: 710377   CEP: 03410-970 - São Paulo – SP

ou
http://www.premiovivaleitura.org.br/

Com Maisa do Sebrae

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Zero, nota Zero


Conheci  Amador em 1999 no curso de graduação em Letras da UFPB. Acho que ele é um grande intelectual, figura de relevante importância para literatura paraibana e coisa e tal.

No entanto, não sou obrigado a concordar com sua BREVE NOTA SOBRE A POESIA PARAIBANA CONTEMPORÂNEA.

A nota, recheada de preconceito e desinformação, revela o que de pior há no meio intelectual paraibano. As famosas panelinhas.

Segundo a tese da PANELA, só é bom o ser que pertença a um determinado ciclo de amizades ou é pupilo de algum membro da patota. O resto, não serve nem para o lixo do esquecimento.

Vejam bem, a poesia não escolhe cidade para nascer. 50% ou mais dos escritores da capital, são nascidos no interior ou têm raízes interioranas. E, a maioria, orgulha-se delas. Podem acreditar.

Respeito Amador, embora não goste nada de sua poesia. Compreendo que a antologia deva ter um conceito, uma linha editorial e um critério próprio. Até aí, tudo bem. Agora, dizer que não há bons poetas fora desse limite territorial  é, no mínimo, presunção.

A Paraíba tem mais de 200 municípios, será que Amador conhece toda produção interiorana? Todos os poetas? Todos os poemas? Não há um poeta que dê pra fazer remédio?

Confesso que estou decepcionado com a nota. Não esperava isso de Amador. Fico no aguardo de uma explicação, caso ele deseje se explicar, é claro.


 



Nota de Amador Ribeiro Neto sobre poesia paraibana?

BREVE NOTA SOBRE A POESIA PARAIBANA CONTEMPORÂNEA

Amador Ribeiro Neto

Pela diversidade formal e temática, a poesia paraibana contemporânea vai muito bem, obrigado. E esta é uma poesia litorânea, centrada, principalmente, na capital, João Pessoa.
Não que no interior não haja poesia: há e muita, mas ou é poesia popular (do tipo cordel, que não nos interessa nesta antologia) ou perde-se em formas e fôrmas anacrônicas. Ao menos esta é a impressão que tal poesia tem me causado. Ainda não consegui distinguir um poeta interiorano paraibano que ombreasse com os que aqui vão selecionados – todos moradores da capital, ainda que vários nascidos no interior.
E não poderia ser diferente: João Pessoa vive, respira, transpira, agita, move-se ao motor da poesia. São inúmeros os eventos, que mobilizam um bom público, ao redor da produção paraibana contemporânea.
Não me refiro apenas aos saraus não, mas aos debates, depoimentos, apresentações musicais e breves dramatizações que sempre ilustram estas reuniões que podem se dar tanto em bares, restaurantes como em casas de poetas.
Dois poetas, aqui representados, têm tido um papel especial na agitação cultural da cidade: Antonio Mariano e Linaldo Guedes. O primeiro, com a série “Tome poesia” que agora, ampliando o leque de abrangência, intitula-se “Tome poesia, tome prosa”. Linaldo Guedes comandou durante bom tempo o “LiterArte”, que tinha na música e no teatro os campos mais destacados para a poesia. Susy Lopes, há anos dirige e encena poemas num dos barzinhos mais badalados da cidade. Como ela é atriz, tudo que toca vira teatro. E com ótimos resultados.
Como o leitor verá, a mostra da poesia paraibana contemporânea aqui reunida é um painel de temas e linguagens os mais variados. Há poesia condensada, nominal, parcimoniosa, contida, quase monossilábica. E há a poesia discursiva, derramada, dando asas à oralidade desbragada.
Há um bocado de poesia erótica, sensual, libertina. Este ramo da lírica floresce firme e forte entre nossos poetas. Há a poesia que tematiza, direta ou obliquamente, a realidade sertaneja, tão impregnada no cotidiano de quem vive na praia mas nasceu, ou tem familiares e amigos no sertão e no cariri.
Há a poesia de cunho filosófico, brincando com os delicados e perigosos limites entre poesia e filosofia. Mas saindo-se muito bem desta luta de espadas. E há a metapoesia, centrada no ofício de fazer pensar a própria linguagem poética, como se o mundo fosse invadido pela arte e o espelhamento vida-arte fosse a melhor metáfora para dar conta da vida e da obra.
Há a poesia de intertextualidades literárias, apropriando-se do viés mais (ou menos) conhecido de poetas mais (ou menos) conhecidos. Neste ludismo impera o deleite do dialogismo sacado a quatro paredes (ou mais).
Há a poesia-coisa, marcadamente devedora das várias performances da Poesia Concreta. A folha de papel, objeto que se oferece à dança visual dos versos interrompidos e das palavras-valise justapostas.
Há a poesia de objeto perdido. O desejo configura-se como tema e forma a serem buscados, mesmo sem um eu-lírico definido ou que dê pistas de busca. Assim, o desejo fica adiado. Lê-se esta poesia como um viajante que rastreia uma estrada desconhecida. Mas há também a poesia de cunho jornalístico, direta, franca, quase ríspida de tão transparente. Uma poesia que joga com as molduras da informação clara e da ambiguidade necessária.
Há a poesia que dialoga artistas e códigos de outras artes: cinema, música, teatro, etc. E há a poesia de voz feminina, que embora tenha uma única representante nesta antologia, o faz de forma tão marcante quanto singular. Uma mulher que vê o mundo e o sente como poeta, acima de tudo. Mas uma poeta de saias e olhares sedutoramente irresistíveis. Para questões pessoais, interpessoais e sociais.
Enfim, a poesia paraibana contemporânea não deve nada a ninguém. E, repito, vai muito bem, obrigado. Boa leitura a todos. É isso.

Microconto de Ernest Hemingway

Estávamos tomando uma no evento literário de Sapé, quando Denser disse que só havia gostado de um microconto na vida.


Eis a pérola:


Vende-se: sapatos de bebê, sem uso.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Novo imortal na área

Acabo de receber e-mail da escritora Mercedes. Nos conhecemos na II FLIBO, em Boqueirão. Achei-a muito simpática. Recebi seu livro de presente, mas ainda não tive tempo para lê-lo. Em breve, vou consertar a falta.

Reproduzo, na íntegra, a mensagem:

Dia 13 de maio, às 18:30h, vou tomar posse da cadeira número 8 da Academia Paraibana de Letras, na Rua Duque de Caxias 25/37, centro, João Pessoa. Ficarei feliz com a sua presença.
LUZ!
Mercedes Cavalcanti - Pepita

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Para não dizer que não falei das flores




O Escritos no Ônibus é um blog voltado para as coisas da literatura. Nasceu com essa proposta e vai continuar assim. No entanto, não posso me calar diante da tentativa  de crucificar um gestor cultural que nem sentou na cadeira direito.

Chico César está no poder a mais ou menos cem dias. É muito pouco para tomar pé da situação de um Estado com 223 municípios, diga-se de passagem, cada um com suas idiossincrasias.  Falo como gestor público, e, acreditem, não é serviço fácil.

Chico é honesto e bem intencionado, qualidades raras no serviço público, tem uma equipe muito boa e fará muito por nossa cultura.

O catoláico está sendo metralhado por um bando de gente pelo fato de ter tomado uma atitude que há muito é ansiada pelo movimento cultural paraibano. O Estado, a partir de agora, não financia forró de plástico e afins.

Vejam bem, arte é uma coisa, mercadoria é outra. O que os Aviões da vida fazem é comércio, não tem nada haver com arte e música. Quando vou ao supermercado comprar fraldas, eu meto a mão no meu bolso e pago a conta. Não conto com dinheiro público para isso. Com as bandas / coisas é assim. São mercadorias que podem ser compradas em qualquer esquina, e não devem ser pagas com dinheiro público.

Fico me perguntando, como fica a relação da Secretaria de Educação e Cultura, quando paga uma banda chamada Garota Safada ou Moleca sem vergonha com a Secretaria da Mulher? Na minha visão de matuto, esse contrato é no mínimo paradoxal.

De um lado, o Estado prega a valorização da mulher, do outro, o mesmo Estado,  banca a degradação e banalização da figura feminina.

Sou funcionário efetivo do Estado, não devo nada a Maranhão, Ricardo Coutinho ou a político algum. Entrei no serviço público por mérito. Não ganho gratificação e chego 20 minutos antes do expediente e saio na hora certa. Não sou babão ou quero ser. Só não vou ficar calado diante do que acontece na Paraíba.

Chico, nos encontramos algumas vezes, nunca trocamos mais de 5 palavras, mas saiba que tem um monte de gente que apóia sua posição.

ABAIXO A INDÚSTRIA CULTURAL!!!!

ABAIXO A MERCANTILIZAÇÃO DA FIGURA HUMANA!

E SALVE A ARTE PARAIBANA!!!!