segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Poema de Lenilde Freitas

A GRACILIANO RAMOS

O dia é um rio. E nele
bebo as estrelas do céu
e recrio
nos remansos de cobras
os bambuzais.
Ao léu, penso ovelhas,
penso folhas que não caem,
carícias de vento nos coqueirais
— a vida que se disfarça.

Do trem que não passou,
penso a fumaça.



De Tributos (1994)

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