quarta-feira, 28 de março de 2012

Literatura e internet



Novos autores poderão ser conhecidos com mais facilidade online que por livros
Para os romancistas, o tempo em que costumavam enviar manuscritos a dezenas de editoras e aguardavam ansiosamente por respostas podem em breve se tornar coisa do passado. Milhares de escritores que utilizam redes online de literatura como a Movella, que atrai grande público adolescente, e a Book Country, da editora Penguin, já vêm recebendo reações instantâneas, e podem alterar textos de imediato e oferecê-los ao público para leitura, não importa o que as editoras possam pensar.

A Internet derrubou os muros de um setor antes fechado, porque agora qualquer pessoa pode publicar textos com apenas alguns cliques - uma mudança que também cria demanda por novos talentos. "As editoras não querem que aconteça com elas a mesma coisa que aconteceu com a indústria da música", disse Per Larsen, o presidente-executivo da companhia iniciante dinamarquesa Movellas. "Sabem que o modelo de negócios do mercado editorial foi destruído".

A indústria de gravação musical passou por numa explosão de pirataria online que tirou montantes enormes de seus bolsos, dado o download ilegal generalizado de canções que antes só estariam disponíveis em CDs, fitas e discos. Ao mesmo tempo, a indústria musical está vendo bandas que gravam sua própria música e a oferecem diretamente via Internet, contornando a intermediação das grandes gravadoras.

O objetivo do Movellas é se destacar entre os rivais em função de sua abordagem mundial e do foco em adolescentes, que estão ingressando no mundo da escrita criativa por meio de sua rede. "Queremos ser a comunidade líder mundial na identificação de novos talentos", disse Larsen

.Já existem dezenas de milhares de texto publicados no site a cada mês, por jovens escritores como a britânica Ebonie Maher, de 19 anos, que posta principalmente poemas no Movellas. "Eu adoraria me tornar escritora", diz, acrescentando que as críticas construtivas que recebe ajudam em seu desenvolvimento.

A crítica também é parte crucial do Book Country, o serviço online criado pela editora Penguin no ano passado a fim de identificar novos talentos online. "Isso nos permite lançar a rede de forma mais ampla", diz Molly Barton, diretora digital mundial da Penguin.

Em janeiro, a Berkley, uma das divisões do grupo Penguin, assinou contrato para dois livros com Kerry Schafer, especialista norte-americana em saúde mental, depois que um editor leu textos dela no site.

com O Globo

9 comentários:

  1. Estive conversando a pouco com um amigo que desenvolve um dos melhores trabalhos na área de leiturização nesse mundão. E a preocupação é a mesma, em se tratando do uso de instrumentos tecnológico-informatizados.

    A utilização de novas tecnologias, a exemplo da internet banda larga e unidades móveis de deslocamento digital, é uma realidade e, diga-se de passagem, ainda assustadora. Vejo a questão “pirataria” como um elemento de absoluta exploração analítica. Até porque o que vai de encontro a isso são os altos abusos tributários, que incidem sobre os produtos de consumo. Quem vai, nos dias atuais, comprar um dvd original? Para que propósito se a midiatividade é uma constante necessária à manutenção desse novo status quo? A utilização de tablets, por exemplo, concretiza a ideia de leitura dinâmica em sentido amplo. Quer instrumento com maior facilidade para manusear documentos; textos, imagens e fotos?

    O que me preocupa são as chegas de computadores (tecnologia informatizada) em lugares sem um mínimo de estrutura. Qual a perspectiva para a utilização das novas tecnologias dentro de uma escola pública, uma vez que existe verba destinada à utilização de material midiático e tecnológico? Os Telecentros Comunitários (distribuídos pelo Ministério das Comunicações e Ciência e Tecnologia) e laboratórios do ProInfo (distribuídos pelo Ministério da Educação e Cultura) são exemplos visíveis do que acontece com o uso dessa tecnologia. E tão agravante quanto é saber quer as cidades não são munidas (pelos governos) de sistema de internet de qualidade. Realmente quebramos as fronteiras...! Realmente desenvolvemos novas competências e habilidades...! Realmente alcançamos o próximo debate...!

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  2. isso, jonas. o mesmo acontece com livros. o mec é o 3º maior comprador de livros do mundo. o pior, é que os exemplares chegam nas escolas, mas ficam guardados em caixas, à disposição das traças. É preciso, não só disponibilizar o equipamento, mas também potencializar seu uso.

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    1. Na minha opinião, o livro não pode deixar de existir, mesmo sabendo dos avanços da tecnologia informatizada e das nossas limitações. Na verdade, tudo deveria ser instrumento à disposição, uns e outros inseparáveis, aliados a uma política pública de conscientização ao próprio processo de leitura, delineando personagens bem mais críticos e conscientes da realidade. Ainda caminhamos pela idade cultural da pedra lascada, incrivelmente. E a parte mais desagradável é saber que isso ocorre por opção. “Nossa” negligência formata realmente o novo sujeito contemporâneo; mais despreparado, menos atualizado, pouco respeitado. Por onde caminham nossos professores, meu amigo?

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    2. Claro. o e-book e o livro impresso podem coexistir naturalmente. O pile, programa de incentivo à leitura que criei, visa potencializar o que já existe. Temos livros, bibliotecas e leitores, basta sacudir a poeira. Pretendo ver o programa implementado em todas as escolas da PB.

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    3. Amado mestre, vamos desenvolver uma biblioteca de leitura itinerante com a utilização das novas tecnologias a nível local, potencializando alunos professores e contadores de história dentro das escolas públicas municipais? Podemos montar grupos escolares para realizar trabalhos de leiturização em locais simples devidamente preparados. Seriam quiosques de leitura itinerantes dentro das escolas.

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    4. a ideia é boa, jonas. Todavia de difícil execução para o momento. Fazer isso com apoio do governo do Estado ou Prefeitura é uma coisa, fazer isso só nos dois é complicado. A rede municipal é composta de mais de 30 escolas, muitas na zona rural. Para realizar um projeto assim, precisamos do envolvimento de professores e direção, e, sinceramente, não sei se eles topam trabalho voluntário. O que podemos fazer de momento é o seguinte. No Gentil Lins, eu tenho apoio de direção e professores. Façamos o piloto lá, e, conforme a coisa for evoluindo, a gente leva a proposta a outras escolas. o que acha?

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    5. Absolutamente aceita a proposta, Jairo. Faremos uma apresentação do projeto desenvolvendo-o com professores, alunos e o setor administrativo da escola. Podemos criar um NTM dentro do Gentil Lins; com poucos recursos, mas suficiente para o trabalho e para criar novas possibilidades. Vejamos como é possível debatermos sobre o projeto (seus cuidados e sua manutenção), para que ele venha a funcionar ainda neste semestre. A propósito... precisamos de sangue novo na política. Pouca coisa vai mudar se o cenário continuar o mesmo.

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    6. próxima semana dá uma passada na escola. estou lá terça, quinta e sexta à noite. daí, a gente bate um papo com o diretor sobre o assunto.

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    7. Tudo bem, Jairo. Nosso encontro deve acontecer na quinta ou sexta feira próxima. Confirmo a data no início da próxima semana.

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