domingo, 18 de setembro de 2011

A poesia viva de Thiago Lia Fook

manifesto
mas enquanto não chega o tempo
 
do olhar resignado
da morte às portas
 
eu choro e suporto
apenas um mundo:
 
o meu
 
sou egoísta, confesso
não caibo no pretérito de idéias
no presente de heróis encarnados
 
minhas lágrimas suportam o peso
do coração, do cérebro e dos intestinos
que as seguem escorrendo pelos olhos...
 
disseco-me, empalham-me!
 
ao futuro sigo, como troféu dos fracassos
mas restam os rastros do esforço
de dar à luz do mundo um ser
 
torcido...
 
e se as ruínas, morada perene de espectros
sucumbirem à força da correnteza
encontraremos juntos o vazio do mar


do livro poesia natimorta

2 comentários:

  1. Valeu, poeta! Ter poema publicado no seu blogue é coisa para deixar o sujeito todo prosa. Abração!

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  2. ôpa, poeta.
    é sempre uma satisfação ter sua poesia bem resolvida entre os passageiros do ônibus.

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