sábado, 22 de janeiro de 2011

Série jovens escritores da Paraíba



Poema de Thiago Braga




princípio




sequer se move o tempo
no deserto sem luz

(a cortina encobre o palco)

os seres parecem suspensos
e pairam como espíritos
sobre abismos...

desfigurada
a sombra de deus
paira sobre as águas



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 Poema de Jairo Cézar( eu mesmo)

O Mar de Prometeu

O amor, este Minotauro indomável,
Que hora é doce como o sangue de Deus,
E hora queima como navalha de fogo,
Anda a afogar-me no lodo
E nas lembranças do bravo Teseu.

Porque escrevo em folhas d’água
Que refletem as mais fundas dores,
Em ondas feitas de horrores
Nunca Dante navegadas,
Pois os mares em que minha pena bóia,
Nem o velho Netuno comanda.

São mares de labaredas raivosas,
Fruto do furto de Prometeu,
E da ira aviltante e nervosa
Que jorra da íris de Zeus.

Este poema está no livro Escrito no Ônibus, vencedor do edital Novos Escritos 2007

2 comentários:

  1. Seu blog está excelente, Jairo. Continue divulgando a poesia paraibana que em, em terras distantes, me sinto menos expatriada da minha Paraiba tão cheia de talentos pungentes...
    Bjs.

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  2. Obrigado, amiga.
    Uma forma de matarmos a saudade.
    abraço

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