sábado, 17 de dezembro de 2011

Despoemas por Maria Valéria Rezende



palavras sem peias – Maria Valéria Rezende

Pequena e rica jóia, este livro, em que poemas de mais e menos jovens e maduros poetas da nossa Parahyba, lindamente escolhidos, incrustam-se como pedras brilhantes no metal polido da prosa, prosa?, desabalada de Roberto Menezes. 

Os versos parecem ter atuado como gatilhos para desencadear outra escrita que segue caminhos próprios. Os textos de Roberto não são comentários nem versões em prosa dos poemas dos amigos. Não me atrevo a atribuir a eles nenhum rótulo; contos?, crônicas?, a controversa prosa poética?, ensaios?, delírios?, sei lá.

O que sei é que o leitor terá de se atracar, literalmente, com os textos, para não se deixar arrastar, sem controle, pelo empuxo da sua linguagem. Ou, se preferir, que se deixe levar e sofra as consequências.

Ao contrário de seu personagem que diz  Não tenho furos, buracos pra vazar. De dentro de mim não há fuga, só secura, Roberto Menezes vaza, extravaza num turbilhão de palavras sem peias ou de sonho desenfreado, sem cuidados, inconstante e inconsequente, a surpreender como um ataque de rapina de Genghis Kahn, amanhecendo a noite ainda antes de chegar o amanhã.



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