terça-feira, 17 de agosto de 2010

Poema de Félix Maranganha

Diálogo de um Desiludido
Homenagem a Augusto dos Anjos


A já retroceder do labirinto
do velho e arquetípico mistério,
comeste os olhos nus no cemitério,
em grande autofagia de faminto!

A digestão desse maná interno
tornado em sangue, transformou-te o instinto
de humanas espectrais visões do limbo,
nas diabólicas vistas desse inferno!

Vestido desse magma incandescente
vagaste um seclo, mui promiscuamente,
por várias agonias infernais.

Desceste, assim, às máximas funduras,
e nunca voltarás, nem às escuras...
É necessário que inda eu diga mais?

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