O Pequeno Príncipe
Ontem, uma pessoa grande chorou ao terminar de ler O Pequeno Príncipe de Exupéry. Aquela edição da Editora Agir que vem com aquarelas do autor.
A pessoa grande chorou porque sentiu pena do narrador que perdeu seu amiguinho, chorou pela solidão da qual padecia o pequenino e chorou de saudade por tudo aquilo que ainda não entende.
Na verdade, acho que a pessoa grande chorou porque, assim como o narrador, viu o Pequeno Príncipe partir. Talvez a pessoa grande não tenha entendido, mas acho que ela chorou porque ela se viu no guri que não responde quando é perguntado. Sentiu saudades daquele menino que vive no passado, da sua infância, do tempo das carruagens, da canção (que hoje quase não existe) e das pessoas cuja palavra servia mais que os papeis.
Hoje, a pessoa grande diminuiu de tamanho. Ficou um pouco menor. Quem sabe, um dia, a pessoa grande volte a ser criança. Vou ficando por aqui, mas antes peço -lhes um favor, se vocês virem um menino perdido, brincando de voar, não me deixem tão triste: escrevam-me dizendo onde ele pousou.
Esse livro é... perfeito. Lí quatro vezes.
ResponderExcluirParabéns pelo texto, Jairo, muito bom mesmo!
Abração
Valeu, amanda.
ResponderExcluirEstou começando na prosa. Esse foi o primeiro texto.
Ei, Jairo, o texto tá muito mulherzinha. Quem escreve assim sou eu, viu? ehehehehe Ficou sensacional, como já te disse por email.
ResponderExcluirolha um que escrevi há 3 anos (faz parte de uma série de pequenos contos que tenho):
Quando persigo borboletas com meu filho, eu, eterna criança, insisto em não deixar a infância só na memória. Mas logo doem as pernas, os joelhos, a coluna, a hérnia. Percebo: aos poucos se acabam meus dias de caçador de borboletas. Agora restam para mim os sonhos, onde as persigo, nos céus, a voar, junto com elas.
Ah, o título do conto acima é Caçador de Borboletas.
ResponderExcluirValeu Betomenezes,
ResponderExcluirMas isso pra mim é pura poesia. Sei fazer isso, não. Prosa e poesia irmanadas no mesmo espaço e tempo. Coisa de mestre.
A humildade é uma boa característica sua, continuemos assim.
ResponderExcluirAdorei!
ResponderExcluirCaros Rebeca e Jota,
ResponderExcluirObrigado pela visita e leitura.
achei super lindo, cafona, confesso, mas lindo e emocionante. vc guardou o melhor para o final. "... se vocês virem um menino perdido, brincando de voar, não me deixem tão triste: escrevam-me dizendo onde ele pousou."
ResponderExcluirPois é, Fábio.
ResponderExcluirDepois da paternidade a gente fica meio assim, cafona. rsrrs
Veleu pelo comentário.
abraço