Do blog, reproduzo um poema que me tocou.
Recomendo uma passada na página do poeta ainda inédito em livro.
Ruínas
Existe uma casa do outro lado da rua,
abandonada, em ruínas.
Suas janelas enferrujadas
me contemplam de lá.
Seus tijolos nus e enrugados
me contemplam de lá.
Suas lâmpadas queimadas
me contemplam de lá.
Suas portar quebradas
me contemplam.
Suas telhas estilhaçadas
me contemplam.
Estou sentado à minha calçada
e do outro lado da rua
a casa em ruínas me contempla.
O lodo colado nas paredes
me contempla.
Os ratos que passeiam pelas
vigas me contemplam.
Me contemplam os restos
de comida deixados pelo mendigo.
Me contemplam as fezes,
o reboco apodrecido
nas paredes.
A casa, em inteira ruína,
me contempla,
enquanto eu, solidário a ela,
desmorono na minha calçada.
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