sábado, 25 de dezembro de 2010

Poema de Manuel Maria Barbosa du Bocage

Poema de Natal


Se considero o triste abatimento


Em que me faz jazer minha desgraça,

A desesperação me despedaça,

No mesmo instante, o frágil sofrimento.



Mas súbito me diz o pensamento,

Para aplacar-me a dor que me traspassa,

Que Este que trouxe ao mundo a Lei da Graça,

Teve num vil presepe o nascimento.



Vejo na palha o Redentor chorando,

Ao lado a Mãe, prostrados os pastores,

A milagrosa estrela os reis guiando.



Vejo-O morrer depois, ó pecadores,

Por nós, e fecho os olhos, adorando

Os castigos do Céu como favores.

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