Em homenagem aos 85 anos de emancipação política da minha querida Sapé, seguem dois poemas de minha autoria em honra à terra de Augusto dos Anjos.
O ENGENHO
Na esterilidade do cansaço
A febre do desânimo me afronta.
Reflete no octógono do destino
Uma angústia milenária que se afoita.
Na linha férrea do meu traço
A humanidade se amedronta,
Pois só no brejo Nordestino,
O incoercível se açoita.
Carrego 200 litros de vinagre,
Dói-me o dorso cerebral.
A indiferença é o milagre
De uma sonata universal.
E a essa hora, quando a flecha beija o arco,
Quando o crepúsculo me acalma,
Sinto a brisa do Pau D’arco
Pentear as tranças da minha’lma.
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MEU MUNDO
Minha sombra vagueia
Em um movimento perpétuo.
Paira sublime sobre coroas.
Linhas e lágrimas
Cosem meu passado.
Silvos assoviam tristezas
Num vagão fantasma de algodão.
Algo que não mais é,
Que não é mais Engenho, em vão,
E voltam Usina.
Trens, camponeses, cana,
Mel e ruína.
Hoje, como ontem,
Meu mundo estação,
Dias doentes,
Noites capim,
Luz, Lampião.
Uma verdadeira declaração de amor em "Meu Mundo"...
ResponderExcluir"Meu mundo estação,
Dias doentes,
Noites capim,
Luz, Lampião."
Adoro a ausência de verbos transformando substantivos em qualidades plenas.
É um poema muito caro, esse.
ResponderExcluirObrigado pela leitura atenta.
Jairo,
ResponderExcluirAgradeço a postagem da antologia Belezas da Paraíba:Poesias e Contos. Convido-o a participar do livro, adorei seus poemas.
Um agrade abraço poético.
Jô Mendonça Alcoforado
O blog está às ordens para as novidades da literatura, amiga. Seria uma honra participar da antologia. Estou enviando e-mail para saber mais detalhes.
ResponderExcluirSaudações poéticas!!!!