segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A Saudade em três estações

Escrever um poema com o tema saudade em menos de 12 horas. Este foi o desafio lançado pelo poeta Mifô no twitter na última sexta. Eu e a amiga virtual Fernanda Jimenez topamos na hora.

Compartilho, com os passageiros e passageiras, o resultado da brincadeira:

Saudade por Fernanda

http://fernandajimenez.com/

A Saudade não esquece,
não dorme, não envelhece
(na foto gretada)
ela sempre revela- se.

A Saudade retém o que escapa,
ela mora na noite, na brisa, na lástima
no som da casa vazia,
na canção do rádio na estrada 
na tinta da folha amassada.

A Saudade no passado
era chamada de Amor.
O Amor,
(inconsciente),
aprisionado na hera,
no gosto, no cheiro de terra,
Grita e espera.


Saudade por Mifô

http://www.luisfernandomifo.blogspot.com/


O menino e a gramática

Durante muito tempo pensei
Que saudade se escrevia com “L”
(A maldita fonética me traía)

Depois que descobri a verdade,
Fiquei ainda por um longo período
Escrevendo saudade com “L”
(Desta vez era a física que me traía)

Um espetáculo de complô
Contra o menino e a gramática

Minha mão insolente insistia
Na palavra saldade

O movimento veemente insistia
Na palavra saldade

Cérebro e braço não se entendiam,
Enquanto a caneta dançava incontrolável
Sobre a folha com a palavra saldade

Era como se algo em mim
Quisesse me mostrar o que é liberdade

Saudade por Jairo Cézar

Saudade é labirinto
é perder-se minotauro
e achar-se infinito.

2 comentários: