quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Era uma vez um livro que não nasceu...




Quando se escreve um livro é impossível prever até onde ele vai nos levar.  O meu Escritos no Ônibus me rendeu um prêmio e uma chance de lutar com alguma arma por um espaço no cenário literário paraibano. O  segundo (o título é segrego) é uma incógnita. O terceiro, intitulado Rapunzel e Outros poemas para colorir foi o que me levou mais longe (e ele sequer foi publicado) .

Como já havia dito a vocês em outra oportunidade, depoimentos carinhosos e perspectiva de publicação por grandes editoras encheram de alegria meu coração de poeta. Todavia, definitivamente, o que aconteceu ontem na roda de leitura organizada pela Estação Cabo Branco foi mágico. Ver, pela primeira vez, os pequenos lendo  os poemas,  fazendo-me perguntas sobre o livro e colorindo as ilustrações foi emocionante.

Como diz Eli, a sinceridade dos miúdos é algo cortante. Eles não medem ou escondem seus sentimentos no “pântano enganoso das bocas” ou fazem qualquer concessão em nome da delicadeza fingida. Dizem tudo na lata, sem arrodeios.

Bem, mas vamos ao que aconteceu na roda de leitura com alunos do 4º ano da Escola Militar da capital paraibana: No começo, eles estavam tímidos, afinal, é como afirmou o diretor da Escola, o Capitão Elmer ,a figura do escritor chega a ser abstrata. Como interagir então com um fantasma? Com o desenrolar da coisa, eles foram percebendo que o escritor tem família, sentimentos, compra pão, trabalha e essas coisas que todo mundo faz. A partir daí, eles não pararam mais. Revezavam-se nas perguntas e na leitura dos poemas. Foi tanta gente querendo participar, que a organização do evento teve que intervir devido ao adiantado da hora.

Olha, digo sem medo de errar, nunca tinha sentido algo tão intenso desde que comecei a escrever em 1998, e, sinceramente, não sei se qualquer outro livro direcionado ao público adulto será capaz de suplantar este sentimento.

E não quero dizer mais, só curtir a ressaca da roda de leitura que me fez criança outra vez.

Em tempo: Não posso deixar de agradecer a Denise Paz e ao pessoal da Estação, sempre muito simpáticos, profissionais e organizados e agradecer também ao companheiro de longas datas, o poeta Félix Maranganha, sempre uma companhia agradável.

8 comentários:

  1. Que delícia deve ter sido esse momento para ti! E tenho certeza que também foi inesquecível para as crianças. Elas nunca esquecerão do escritor, de osso e carne, que conheceram. Momentos assim fazem a vida valer a pena... Parabéns a você e o livro (quando surgir, de fato - se bem que já existe, né?) será um sucesso!!!

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  2. Uma maravilha, maíra.
    uma das grandes emoções de minha vida.
    abraço e obrigado.

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  3. com toda sinceridade do mundo, parabéns querido poeta! me senti tocado só em imaginar a cena. é até natural, já que crianças e velhinhos sempre me deixam comovido, desarticulado.

    tenho certeza que Rapunzel... vai longe.

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  4. vamo, sim. apesar de eu ser analfaeditor. rsrs

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  5. Obrigado, meu lord.
    jamais esquecerei o dia 11 de outubro de 2011.

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