sábado, 29 de outubro de 2011

Poema de Fernando Mendes Vianna

Pesadelo


Mugem os bois de salsugem,
fuçando um arenoso estrume.

O vento, velha cadela,
uiva na estepe amarela.

Meu grito se corta no gume
de um ávido e ácido lume.

Como terra-a-dentro: viela,
rosto de um muro sem janela.

Não há socorro neste beco.
Morro semente
                    em solo seco.

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