Por Lau Siqueira
Temos defendido permanentemente
o incentivo à leitura nos mais diversos espaços. Logicamente que no caso das
escolas públicas esta defesa se torna mais aguda. Afinal, não é por acaso que a
escola brasileira com maior IDEB (8,6)
localizada em Itaú de Minas, tem como uma das suas diretrizes pedagógicas o
incentivo à leitura. Este é um contraponto às muitas escolas que sequer abrem
suas bibliotecas aos alunos. Parece que
algumas gestões escolares não sabem o que fazer com os livros. Clássicos da
literatura atravessam o ano letivo, empoeirados e muitas vezes ainda
encaixotados. Todavia, os bons exemplos também
existem.
Chamou-nos a atenção o projeto que vem sendo desenvolvido
pela Escola Estadual Gentil Lins, na terra do poeta Augusto dos Anjos. Falamos
do PILE – Programa de Incentivo à Leitura na Escola. Um programa focado, objetivo
e que seduz o aluno através de um contato direto com autores contemporâneos da
Paraíba. Esta iniciativa tem estabelecido bons laços entre a Escola, o aluno e
a comunidade. Uma ação que o Conselho Escolar da Gentil Lins traz como exemplo
para outras escolas. Principalmente escolas públicas estaduais ou municipais. Trata-se de uma política pública construída a
partir da base. Uma proposta nascida dos professores e da direção da escola, com
forte envolvimento dos alunos e alunas. Sinceramente, acreditamos que esta
Escola não passará impune por este processo e os resultados deverão ser
sentidos mais rápido que se imagina.
O projeto de Sapé é
inovador, propositivo e estabelece um modo solidário de pensar a Escola
Pública, com o objetivo evidente de elevar o nível do ensino e consolidar uma
formação intelectual e cidadã para a juventude paraibana. O Programa de Incentivo à Leitura na Escola
foi inspirado no movimento “Por Um Brasil Literário, deflagrado em junho de
2009 pelo escritor Bartolomeu de Queiroz e que compreende oficinas de leitura,
montagem de uma biblioteca, rodas de leitura, eventos literários, publicação de
obras escritas por integrantes da comunidade, entre outras ações.
Nada, entretanto,
acontece sem algum tipo de risco.
No caso, além de correr o risco
de elevar a nota no IDEB (Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico), também há o grave perigo de diminuirmos de forma drástica
as possibilidades de analfabetismo funcional.
Portanto, somente esse temor pode justificar o desinteresse que sentimos
em muitas das Escolas, públicas ou privadas, onde os professores não perceberam
ainda que somente eles podem fazer a diferença. O bom exemplo que nos chega de Sapé, mostra que
a melhoria da qualidade do ensino depende muito mais da atitude da comunidade
escolar que das decisões do Ministério da Educação.
Fonte: Jornal da Paraíba
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