quinta-feira, 8 de novembro de 2012

José Antônio Assunção no ônibus

AO BARQUEIRO SINCERO

Como cheguei até esse posto
Só o deus sabe que o milagre obrou.
Embalde destruir tentei sua morada
Que é de parvos e doutos o nédio coração.

Ah, quanto de mim ao deus inda serve
Que a pena valha e o desperdício vero
De tão alto mister para colheita tão breve?

Fosse meu corpo posto em um prato
De sua justa balança, onde no outro a verve,
Vede quanto nesse a verdade flete
Ao vertical peso de meus deletérios.

Assim deponho meus dias ao pé do carvalho
Que cura do pecador todo o trabalho
E seja minha alma leve ao barqueiro do Letes.


Jotahah Assunção
Intermares, Parahyba
28.out.2012

3 comentários:

  1. Caro Jairo, mais uma vez minha gratidão pelo grato empenho em divulgar meu verbo, não já bastasse tua leitura, generosa nesse amorável gabinete chamado coração. A propósito: Conforme postagem no Facebook (vide Galeria de Fotos), atualizei CORE para CORAÇÃO, registro da versão original. É um momento fletor, de reflexão ou respiração para o acendrado travamento sintático-semântico das estrofes seguintes. Se não for muito incômodo, atualize a assinatura ao fim do texto para "Jotahah Assunção", conforme tenho adotado no Face. É que tenho muitos clones e isso tem me causado certo desconforto e certamente para os homônimos. Em livro não incomoda, pois há outros ítens de marcação indicial da identidade. Abraço e renovo aqui meus cumprimentos gratos e veros.

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    1. grande poeta, alterações feitas. No ônibus, você só viaja na janela e com poltrona especial. Os passageiros é que agradecem desfrutar dos textos de tão hábil vate.
      abraço
      jairo

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  2. Grato pelo presto atendimento, poeta.
    Que musas e divos lhe propiciem a boa colheita literária.
    Abraço, jotahah.

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