sexta-feira, 16 de março de 2012

20 anos de O Cancer no Pêssego

           
2012 é o ano que marca duas décadas da publicação de um dos melhores livros de poemas escritos no Brasil. O Câncer no Pêssego, que saiu com selo da Editora Ideia, em 1992. O Ônibus traz para os passageiros, um poema do grande José Antônio Assunção. Um poeta que merecia mais, muito mais em termos de reconhecimento.









            O Vínculo

Essa velha cadeira desgarrada
do quanto pra ela foi talher e exílio;
essa velha cadeira de espaldar esguio
de onde a noite (todo pai é um abismo)
contemplo o rosto de meu filho;
essa velha cadeira rúnica
a quem não me doeu acrescentar um signo;
essa velha cadeira (nunca a destruam)
comprei por um reles rútilo níquel
numa loja de móveis usados
onde ela jazia estúpida,
perdido o vinculo.

9 comentários:

  1. Olá, meu caro Jairo!
    Obrigado pelo registro de aniversário de meu primeiro livro (O câncer no pêssego - Idéia, João Pessoa/Pb, 1992).
    O texto escolhido - O Vínculo, subliminarmente dedicado a meus filhos - é uma estratégia textual para relevar a importância vital das gerações de leitores no seu nobre encargo de perenizar, não a nomeada de seus poetas, mais o milagre do poema de cada dia.
    Abraço, jaassunção.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro Assunção, saiba de minha admiração por seu livro e sua obra. Nós, leitores da boa poesia, é que agradecemos.
      abraço
      jairo

      Excluir
  2. Caro Jairo, fui checar o poema em "O Câncer no Pêssego" e não encontrava. É que o texto é de "A trapaça da rosa", Manufatura, João Pessoa, 1998. Só um detalhe, de resto irrelevante e apreensível pelo leitor: a noite // à noite.
    Abraço
    e vida longa
    pra você e seu estético
    ônibus. J. A. Assução

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. verdade, Assunção.
      Tirei o poema da internet e lá, dizia que o vìnculo era do Câncer. Fui induzido ao erro. Peço desculpas ao poeta e aos passageiros.
      abraço
      jairo

      Excluir