2012 é o ano que marca duas décadas da publicação de um dos melhores livros de poemas escritos no Brasil. O Câncer no Pêssego, que saiu com selo da Editora Ideia, em 1992. O Ônibus traz para os passageiros, um poema do grande José Antônio Assunção. Um poeta que merecia mais, muito mais em termos de reconhecimento.
O Vínculo
Essa velha cadeira desgarrada
do quanto pra ela foi talher e exílio;
essa velha cadeira de espaldar esguio
de onde a noite (todo pai é um abismo)
contemplo o rosto de meu filho;
essa velha cadeira rúnica
a quem não me doeu acrescentar um signo;
essa velha cadeira (nunca a destruam)
comprei por um reles rútilo níquel
numa loja de móveis usados
onde ela jazia estúpida,
perdido o vinculo.
do quanto pra ela foi talher e exílio;
essa velha cadeira de espaldar esguio
de onde a noite (todo pai é um abismo)
contemplo o rosto de meu filho;
essa velha cadeira rúnica
a quem não me doeu acrescentar um signo;
essa velha cadeira (nunca a destruam)
comprei por um reles rútilo níquel
numa loja de móveis usados
onde ela jazia estúpida,
perdido o vinculo.
Muito bonito... singular, simples.
ResponderExcluiro livro é muito bom, cyelle.
Excluirvc precisa ler.
abraço
Belo poema!
ResponderExcluirbelo livro, meu lord.
Excluirvc vai ver.
Olá, meu caro Jairo!
ResponderExcluirObrigado pelo registro de aniversário de meu primeiro livro (O câncer no pêssego - Idéia, João Pessoa/Pb, 1992).
O texto escolhido - O Vínculo, subliminarmente dedicado a meus filhos - é uma estratégia textual para relevar a importância vital das gerações de leitores no seu nobre encargo de perenizar, não a nomeada de seus poetas, mais o milagre do poema de cada dia.
Abraço, jaassunção.
Caro Assunção, saiba de minha admiração por seu livro e sua obra. Nós, leitores da boa poesia, é que agradecemos.
Excluirabraço
jairo
Caro Jairo, fui checar o poema em "O Câncer no Pêssego" e não encontrava. É que o texto é de "A trapaça da rosa", Manufatura, João Pessoa, 1998. Só um detalhe, de resto irrelevante e apreensível pelo leitor: a noite // à noite.
ResponderExcluirAbraço
e vida longa
pra você e seu estético
ônibus. J. A. Assução
verdade, Assunção.
ExcluirTirei o poema da internet e lá, dizia que o vìnculo era do Câncer. Fui induzido ao erro. Peço desculpas ao poeta e aos passageiros.
abraço
jairo
Este comentário foi removido pelo autor.
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