Poema de Betomenezes
Por que o mar é salgado?
É das lágrimas
Dos que esperam
Os que nunca vão vir.
Poema de Bruno Gaudêncio
ANDAR SURREAL
“Ouço aves e Beethovens”
Manoel de Barros
I
A boca do meu coração
vive sentada
nas narinas de aço
do meu indiscreto desespero,
enquanto o vento verbaliza o tempero
e designa o papel dos meus cabelos sujos
de tensão e caos…
II
Corrompo as frases
com o meu andar surreal
de Manoel de Barros
sem Pantanal,
e estupro o sentido normativo
da incompreensão.
III
É ótimo cantar fluidos,
fluxos de fatos infantis
que perturbam o meu juízo
de lata e metáfora.
IV
Mergulho nos significados dos medos
em um profundo claro de nada.
V
O caos brinca de osso
com os meus perfumes de livro.
São as palavras que matam
os fantasmas
de fruta podre
que moram
em mim.
Poema de Leo Barbosa
RESSONÂNCIAS DA ALMA DANÇARINA
A um só tempo, multiplicado, móvel
Mobilizado no que quis ser e sou
Ressoa em mim, também o indesejável
Na câmara do meio psicológico
entretido entre ter tido a visão filosófica
- Maneira de vida; vida maneira
A minha interação com o momento é vital
tal como quem busca o alento da utopia
Eu quero as ressonâncias da alma dançarina
Em mim se avizinha a terra de quem enterra
- a espera. Tudo isso comove e locomove
e sendo assim, ponho a face versátil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário