o inoportuno e gostoso som dos aviões
e o rio, de janeiro a outubro, guardou para si o encanto com q presenteia os amantes q se beijam sob a chuva condicionada dos prédios da rio branco.
em meados de outubro, ao desembarcar no galeão força-se a acreditar q a viagem será diferente. imagina q conhecerá um moleque-doidêra desses por aí, q lhe oferecerá maconha pra fumar, ou mesmo q o mensageiro do hotel o abordará com um baseado; q irá prum baile funk (não pára de pensar nas negras bundas grandes comprimidas por calças jeans); q mudará o mundo indo prum comício do gabeira; q, com sorte, encontrará alguém bacana pra comer...
teve sorte.
cars hiss by my window torna-se algo pálido diante dos aviões q riscam sua janela na praia da piedade. à noite, o barulho das ondas do mar é interrompido pelo inoportuno e gostoso som dos aviões, q muitas vezes anuncia os gozos daquele quarto.
a noite, às ondas e aos ares, torna-se uma pre-gui-ço-sa manhã de amassos e juras de amor, regada a um baseado fumado na janela do quarto, ao som de um forró de quinta tocado nos homens-cdplayer q circulam pela praia e, logo, um gostoso almoço no meio do mar. ele come batatas fritas, arroz, queijo assado e farofa. ela, ridícula, come moqueca de peixe, acho. ele e o cardápio despertam nela o desejo de experimentar queijo de coalho assado com mel de rapadura.
no rio, no meio de um monte de gente chata, surge, no meio de uma exposição chata, uma mulher superbacana q lhe ouve falar bobagens acerca dos objetos expostos. aquilo é para ele o mesmo q o yes da yoko na exposição foi pro john lennon.
no almoço, matando aula, já tarde, após haverem saído os últimos fregueses do mezanino, ele pede à garçonete q diminua a intensidade da luz. para surpresa de ambos, a garçonete topa e ainda sorri feliz. almoçam salada, uma massa e meia garrafa de carménère. durante o almoço descobre que ela tb é casada.
em brasília, duas semanas depois do rio, o improvável e o imprevisível acontecem novamente e ele a vê desembarcar carregando (e esquecendo) seu livro, sua mala, e o sorriso q gerou o poema. há mãos, abraços, beijos e o caminhar para o táxi errado. no hotel, o check in, q mais tarde lhe trará problemas com o marido dela, já está pronto. ao entrar no quarto, adequadamente semi-iluminado, ela não percebe num primeiro olhar nem o espumante, nem o maço de flores cuidadosamente arrumado na cama, ainda bem forrada às 22h. num segundo (olhar) derrete-se ao ver o rosa-branco-rosa das flores. na noite seguinte ao sair do banheiro ela se depara com uma cama repleta de pétalas e ele de desejo. despedem-se, mais uma vez no hotel - ele não teve coragem de mudar seu vôo para a noite e trocou-a por um novo encontro com o galeão. um lindo dia de chuva o espera no rio.
rio. calorzinho gostoso. andando pros arcos eles descobrem o gosto comum pela língua francesa. no bar, comendo pastéis de tomate seco, enchem a cara de cerveja e, após descobrir parte da mulher fantástica (e gostosa) q ela é, no elevador, no beijo no rosto, amigo e de despedida, ele a beija de língua com uma sede de anteontem e ela dá no primeiro encontro.
por sms surge o primeiro eu te amo.
declarado (pra eles, pra mulher dele, pra quatro amigos dele, pra uma amiga dele, pra uma amiga dela e pro irmão dela) seu amor, planejam a viagem pro recife. mais uma vez ele a espera no aeroporto. no hotel, fazem check in e se lançam sobre uma das camas. ele desiste pelos dois da programada ida ao brennand. à noite, num boteco, ela prova o queijo com mel de rapadura. fica encantada.
no msn, semanas antes, ela confessa q detesta quando ele a abandona.
desta vez, no aeroporto do recife, ela parte primeiro.
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