quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Quando o escritor é meu vizinho




Tenho acompanhado, com um “prazer secreto”, duas iniciativas de incentivo ao hábito da leitura. Uma, acontece aqui na capital paraibana e a outra, na capital potiguar. Vamos a elas:

A Estação Cabo Branco Ciência e Arte, órgão ligado à Prefeitura Municipal de João Pessoa, promove, mensalmente, uma roda de leitura com autores paraibanos contemporâneos. A metodologia do evento é bastante simples. Alunos de uma determinada escola municipal vão  até um auditório da Estação para interagir com o escritor, que por sua vez, tem a oportunidade de expor seu trabalho para possíveis futuros leitores.

Já em Natal, o grupo editorial Novos Escribas promove o Ação Potiguar de Incentivo à Leitura, projeto que leva autores publicados pela referida editora  para visitar  escolas públicas com o objetivo de incentivar o prazer da leitura.

O principal ponto de convergência entre as duas iniciativas é o fato de ter escritores locais como convidados. Desta forma, os estudantes, que segundo alguns relatos, consideram escritores seres inacessíveis, têm a chance de descobrir que algumas vezes, os autores moram bem perto e compartilham de uma realidade bem parecida com a vivida por eles.

Desmistificar a figura do escritor e do livro parece ser uma estratégia bem inteligente na luta pela difusão da leitura. Como sempre afirmo, não se pode  gostar do que não se conhece ou tem intimidade. Quando um jovem descobre que seu vizinho, professor ou até mesmo um colega de escola é escritor e tem algo publicado, a curiosidade é o primeiro sentimento a aparecer. E, por vezes, a curiosidade faz o leitor.

Algo semelhante acontece comigo. Sou professor da rede estadual de ensino na minha querida Sapé. Ministro aulas para o ensino regular e também para modalidade EJA. Pois saibam, que foi na escola onde trabalho, que vendi boa parte de meus livros. Ainda hoje, alguns alunos me questionam sobre a atividade da escrita e demonstram muita curiosidade quando descobrem o professor poeta e blogueiro. Resultado: alunos lendo poesia, acessando blogues que tratam de literatura, freqüentando eventos literários e até começando a escrever.

Como diz o amigo Paulo Emanuel, se fácil fosse simples, já teriam inventado outro parabéns pra você. No entanto, às vezes não é tão difícil fazer o certo em termos de políticas públicas para incentivo à leitura e ao consumo de bens culturais. Viu, poder público brasileiro?



3 comentários:

  1. "Como diz o amigo Paulo Emanuel, se fácil fosse simples, já teriam inventado outro parabéns pra você." Concordo plenamente com nosso amigo. Senti uma certa resistência ainda dos alunos por estarem frente a frente com um escritor. É um trabalho lento, mas dá bons frutos. Lembra-me quando orientei alunos para um Concurso Literário no Senac, nos gêneros poesia e conto. Saiu textos maravilhosos, que ganharam prêmios. São dons que eles nem mesmo sabem que têm.

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  2. É uma luta longa, cyelle.
    As vezes de uma turma de 60, apenas 1 se aproxima ou interessa, mas é devagar e sempre.
    abraço

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  3. Tenho umas ideias pra otimizar tudo, se vc aceitar, claro!

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