O poema abaixo, dedicado a irmã do poeta, recebeu o segundo prêmio no festival Poesia encenada, edição 2011, do SESC -PB
Gêmeos
Para Lenilda (minha doce e pequena irmã)
foi minha irmã
minha doce e pequena irmã
com os olhos da ressaca que não bebeu
que acusou: você tem dupla personalidade!
olhei de um lado e de outro
mas não acusei o golpe
como fazer entendê-la
que estive em vários lugares ao mesmo tempo
dancei castanhola na espanha e recitei
sonetos de camões em lisboa sem sair de cajazeiras
mas também escutei pancada por pancada
a sucessividade dos segundos sem graça
feito um augusto sem anjos mórbidos,
não saí do boteco, tomando minha cachaça
como ela vai ver o ir e vir de minhas retinas
olhando ao longe e ao perto para o colo das meninas
querendo repousar minha quimera em mais de um
pensando apenas em deixar de ser um zumbi comum
como explicar, à minha doce e inocente irmã,
que as flores do mal povoam meu jardim
que bebo absinto, trago erva e não trago nada no peito
além da vontade de estar além de mim
como escrever poemas, minha pequena irmã,
quando não estou amando loucamente
por isso tenho que sempre ter um amor guardado no peito
e outro repousando no espinho do meu leito
como lhe sugerir que as fábulas mortas
são apenas leituras la fontaines
que a vida se abre na janela do seu quarto
enquanto outra nasce em uma mesa qualquer de parto
como sonhar junto com minha doce e profana irmã
deitado, ao lado de freud, num mentecapto divã
quando sou paz, sou calmaria e tempestade
quando sou loucura e a agonizante busca da felicidade
não, minha irmã
não, minha doce e pequena irmã
não, minha doce, pequena e inocente irmã
não, minha doce, pequena, inocente e profana irmã
não tenho dupla personalidade
e nem tenho heterônimos, apesar do amor a pessoa
tenho apenas a certeza de que não posso ser ilha
enquanto os barcos acenam ao longe todos os dias
cheio de corsários e damas de seios redondos
fazendo o convite para o mar que se divide
entre o atlântico e minha pacífica monotonia.
Para Lenilda (minha doce e pequena irmã)
foi minha irmã
minha doce e pequena irmã
com os olhos da ressaca que não bebeu
que acusou: você tem dupla personalidade!
olhei de um lado e de outro
mas não acusei o golpe
como fazer entendê-la
que estive em vários lugares ao mesmo tempo
dancei castanhola na espanha e recitei
sonetos de camões em lisboa sem sair de cajazeiras
mas também escutei pancada por pancada
a sucessividade dos segundos sem graça
feito um augusto sem anjos mórbidos,
não saí do boteco, tomando minha cachaça
como ela vai ver o ir e vir de minhas retinas
olhando ao longe e ao perto para o colo das meninas
querendo repousar minha quimera em mais de um
pensando apenas em deixar de ser um zumbi comum
como explicar, à minha doce e inocente irmã,
que as flores do mal povoam meu jardim
que bebo absinto, trago erva e não trago nada no peito
além da vontade de estar além de mim
como escrever poemas, minha pequena irmã,
quando não estou amando loucamente
por isso tenho que sempre ter um amor guardado no peito
e outro repousando no espinho do meu leito
como lhe sugerir que as fábulas mortas
são apenas leituras la fontaines
que a vida se abre na janela do seu quarto
enquanto outra nasce em uma mesa qualquer de parto
como sonhar junto com minha doce e profana irmã
deitado, ao lado de freud, num mentecapto divã
quando sou paz, sou calmaria e tempestade
quando sou loucura e a agonizante busca da felicidade
não, minha irmã
não, minha doce e pequena irmã
não, minha doce, pequena e inocente irmã
não, minha doce, pequena, inocente e profana irmã
não tenho dupla personalidade
e nem tenho heterônimos, apesar do amor a pessoa
tenho apenas a certeza de que não posso ser ilha
enquanto os barcos acenam ao longe todos os dias
cheio de corsários e damas de seios redondos
fazendo o convite para o mar que se divide
entre o atlântico e minha pacífica monotonia.
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