QUERO-TE
Quero tocar-te com os tentáculos da estrelas brancas
E beijar-te com os lábios alvos do orvalho.
E cair tal qual à noite nos teus braços
Iluminando com o luar as tuas ancas.
Quero acariciar as tuas costas com a Lua
E juntamente com o demônio da luxúria
Murmurar aos teus ouvidos coisas puras,
Com a suave voz das nuvens nuas.
Quero vestir-te com um vestido de rosas calmas
Só para depois te despir não só do corpo,
Mas também para poder despir-te a alma.
E por fim, possuir-ir-ti-ia com os raios d’ouros do Sol brilhante,
Preenchendo-te o ventre com o céu trêmulo e rouco,
Inundando tudo, pouco a pouco,
Com o rio louco da vida errante.
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Geração 666
Cria de repetidas relações incestuosas,
Da boca escrota jorra o mel do teu batismo,
A Coca-cola, sangue novo do teu Cristo,
Assim batiza, com arrotos, o seu filho.
O Shopping – Center, catedral do Bem Sagrado,
É o lugar para cantos e louvores.
As menininhas e os meninos sem pudores
Vão se entregando de pouquinho aos vendedores.
E no fim da missa ou do culto se quiseres,
Já vão em fila, todos prontos a comungar
O pão sagrado que sem gosto se embebe
De molho choco que os fazem vomitar.
QUERO-TE
ResponderExcluirI loved this poem...beautiful and sensual!
Thank you.
ResponderExcluirIt was written in 1999. I was 22 years old.