Comentário do escritor Janailson Macêdo sobre meu Rapunzel. A resenha foi publicada na http://revistablecaute.com.br/ e, este mês, também figurou na Revista Literatas de Moçambique.
Rapunzel
e outros poemas da infância
Anda
menina,
vem
sem cuidado,
livro
fechado
não
manda recado.
(Jairo
Cezar - É hora de ler
In: Rapunzel e outros poemas da
infância)
Janailson
Macêdo - Brasil
Fonte:
Revista
Blecaute
É hora de ler”. Essa parece ser a frase que
sintetiza o estatuto atual da leitura em nossa sociedade − ao menos a nível de
expectativas. Atualmente, uma parcela dos educadores, agentes midiáticos, militantes culturais
e gestores públicos vêm chamando a atenção para o papel da leitura na formação
de cidadãos criativos e com senso crítico apurado, sobretudo quando
incentivados a manter uma relação de proximidade com a leitura desde o início
da infância.
Essa perspectiva é também defendida pelo
poeta Jairo Cezar, autor de Rapunzel e outrospoemas da infância” (Forma
editorial, 2012), seja por meio de ações como educador e ativista cultural,
seja no interior de sua própria casa, durante o educar cotidiano de sua filha
Beatriz, a quem o referido livro é dedicado. No entanto, “Rapunzel...” não
é uma obra que visa “apenas” incentivar o hábito da leitura junto ao público
infantil −
objetivo
que em si já poderia ser visto como de grande valor, mas que não seria
bem-sucedido se a obra não contasse também com uma qualidade estética apurada
(alusiva, nesse caso, ao conjunto poemas/ilustrações).
O livro trás (re)leituras poéticas de
histórias como “Pinóquio”, “Rapunzel”, “Os três porquinhos”,“O Pequeno
Príncipe”, “A Bela e a Fera”, “Peter Pan”... e de episódios vividos por outros
seres, que por vezes adquirem um significado mágico no universo infantil, como
as joaninhas, girafas e as borboletas.
Conta ainda com belas ilustrações que
ambientam as poesias ou permitem aos leitores − na segunda parte da obra – divertir-se
enquanto colorem imagens vinculadas aos poemas que acabaram de ler.
É desses livros que permitem, aos nossos
pequenos, ter “em mãos” um objeto que possibilite que suas mentes sejam
regadas, ainda mais, com a fantasia, dando-lhes mais um momento, entre uma e
outra descoberta diária, de inserção do maravilhoso em seu cotidiano.
“Rapunzel...” é, além disso, do tipo
de obra que um pai compra para presentear o filho, mas acaba, ele mesmo,
parado, a folhear as páginas, ver e rever as ilustrações ou rememorar as obras
a que teve contato em sua própria infância...
Em síntese, com seu “Rapunzel...”,
Jairo Cezar estreia na literatura infantil mostrando que o gênero – e, em
especial como ele o produz − não se constitui como uma literatura menor.
Estreia trazendo muitas
expectativas para os seus leitores e tentando mostrar, em consonância com o
atual contexto sócio-cultural vivido por nosso país, que não!, “livro fechado
não manda recado”.
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