terça-feira, 5 de junho de 2012

Augusto dos Anjos no Ônibus

A ÁRVORE DA SERRA

- As árvores, meu filho, não têm alma!
E esta árvore me serve de empecilho...
É preciso cortá-la, pois, meu filho,
Para que eu tenha uma velhice calma!

- Meu pai, por que sua ira não se acalma?!
Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?!
Deus pôs almas nos cedros... no junquilho...
Esta árvore, meu pai, possui minha'alma!...

- Disse - e ajoelhou-se, numa rogativa:
"Não mate a árvore, pai, para que eu viva!"
E quando a árvore, olhando a pátria serra,

Caiu aos golpes do machado bronco,
O moço triste se abraçou com o tronco
E nunca mais se levantou da terra!

2 comentários:

  1. Muito bom, é difícil encontrar pessoas com tamanha facilidade com a escrita. As pessoas estão preocupadas demais com coisas estúpidas à ponto de não apreciar mais a literatura, principlamente nacional, hoje em dia o talento na escrita é subestimado demais.

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    Respostas
    1. Augusto é um grande poeta brasileiro.
      obrigado pela viagem!

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