Na terça-feira, 29 de maio, às 18,30h, ocorrerá na Livraria do Luiz, na
Praça 1817, Galeria Augusto dos Anjos, Centro de João Pessoa, o lançamento do
livro “A Fala do Poder”, de autoria do jornalista Nonato Guedes, com prefácio
do ex-senador Marcondes Gadelha.
O livro, sob a chancela da Forma Editorial, do publicitário Carlos Roberto
de Oliveira, traz, na íntegra, os discursos comentados de governadores da
Paraíba, num período de 46 anos, abrangendo desde João Agripino Filho,
empossado em 1966, a Ricardo Vieira Coutinho, empossado em 2011. O autor faz uma
apreciação jornalística acerca da trajetória dos governantes perfilados,
recapitula passagens das campanhas políticas e adiciona informações de
bastidores valiosas para a compreensão dos perfis dos que administraram a
Paraíba. João Agripino Filho foi o último governador eleito pelo voto direto em
plena vigência do regime militar instaurado em 64. Três dos que o sucederam
foram escolhidos por via indireta, através de mediação direta do poder central.
Estes foram os casos de Ernani Sátyro, Ivan Bichara Sobreira e Tarcísio de
Miranda Burity. Burity retornou ao poder, na década de 80 pelo voto direto,
concorrendo pelo PMDB e derrotando Marcondes Gadelha, em 86.
Na redemocratização que se seguiu ao regime militar, com a restauração do
pluripartidarismo e a concessão de anistia política, Wilson Leite Braga foi o
primeiro a se eleger pelo voto popular, em 82, derrotando Antônio Mariz.
Seguiram-se Tarcísio Burity, Ronaldo Cunha Lima, Antônio Mariz, José Maranhão,
Cássio Cunha Lima e Ricardo Coutinho. Com o afastamento simultâneo de Wilson
Braga e do vice José Carlos da Silva Júnior, assumiu o governo em meados de 86
Milton Bezerra Cabral, que foi ungido por escolha da Assembleia Legislativa.
Cícero Lucena ocupou o governo na década de 90, sucedendo a Ronaldo Cunha Lima,
que se afastou para concorrer ao Senado. E pelo menos um vice-governador eleito
não tomou posse – Raymundo Asfora, eleito na chapa de Burity em 86 e que foi
encontrado morto na sua granja, em Campina Grande, faltando poucos dias para a
investidura. Ainda hoje as versões se dividem entre suicídio ou assassinato.
Nonato, que é comentarista político e que atuou em inúmeros veículos de
imprensa do Estado, incluindo rádio, jornal, revista e televisão, além de ser
correspondente do jornal “O Estado de São Paulo”, fixa uma comparação sobre as
promessas de campanha e as realizações de governo, mostrando a distância entre
o palanque e o exercício do poder. Diz que, muitas vezes, as promessas não
foram cumpridas devido à dificuldade das conjunturas, impactadas por seca,
falta de recursos federais e, em alguns casos, erro de perspectiva de
governantes. Situa, também, as mudanças de contexto. Agripino foi governador
numa época em que a política se valia de recursos tradicionais. Ricardo
Coutinho foi eleito sob a égide da era digital, com a proliferação das redes sociais e dos movimentos organizados na representação popular. No
prefácio, Marcondes destaca o ineditismo da obra, por compulsar todos os
discursos de posse ou prestações de contas dos governadores enfocados e revelar
episódios que facilitam uma compreensão das épocas em que cada administração
foi implantada. Diz tratar-se de uma obra de fôlego, que é ao mesmo tempo uma
aventura elegante pela história da Paraíba pelo estilo do autor, que Marcondes
define como ‘instigante’. O livro será lançado posteriormente em outras cidades
da Paraíba e, também, em Brasília.
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