domingo, 20 de novembro de 2011

Um livro que merece ser lido



Duas vezes vencedor do Prêmio Novos Escritos da FUNJOPE, Doutor em Física e ideólogo do grupo literário CAIXA BAIXA, eis algumas informações sobre Roberto Menezes, um pernambucano com coração de paraibano.

Tive a oportunidade de conhecer Beto através da coleção Novos Escritos de 2008, quando meu Escritos no Ônibus foi o selecionado na categoria poesia, ao lado do seu O gosto amargo de qualquer coisa, que levou o prêmio na categoria romance. Depois de uns papos, acabamos ficando amigos e resolvemos unir forças com outros escritores paraibanos.

Despoemas é o terceiro livro de Menezes e, em minha opinião, o melhor até aqui.

Bem, não quero dizer mais, agora cabe ao leitor adquirir o livro e tirar suas próprias conclusões.

Seguem mais informações sobre o livro e o lançamento de Despoemas:



Sobre Despoemas
Despoemas é o terceiro livro de Roberto Menezes. É uma reunião de dez textos em prosa, em formato de conto. Com temas diversos, os contos dialogam com poemas de autores paraibanos, (se não de sangue, de coração). São poemas publicados nos últimos quinze anos e fazem um panorama atual, do ponto de vista do autor, de parte da literatura feita por essas bandas.
Os poemas são dos seguintes autores: Antônio Mariano, Abrahão Costa Andrade, Bruno Gaudêncio, Ronaldo Monte, Léo Barbosa, Jairo Cézar, Lau Siqueira, Thiago Lia Fook, André Ricardo Aguiar, Águia Mendes.
No livro, há apresentações de Maria Valéria Rezende e Sérgio de Castro Pinto.
O livro tem 100 páginas e já pode ser encontrado à venda pela internet no endereço: www.despoemas.com
        
Lançamento de Despoemas
O livro será lançado no dia 26 de Novembro de 2011 às 17h na Livraria Usina das Letras, na Usina Cultural Energisa, na Avenida Epitácio Pessoa, em João Pessoa.
A condução do lançamento será feita por Roberto Denser, enquanto o livro será apresentado por Joana Belarmino e Joedson Adriano.
            A Usina Cultural da Energisa tem estacionamento próprio.

Sobre o autor
Roberto Menezes é paraibano de adoção, presidente do núcleo literário CAIXA BAIXA e membro do Clube do Conto da Paraíba. Tem dois livros publicados, Pirilampos Cegos e O Gosto Amargo de Qualquer Coisa. Também tem contos publicados nas coletâneas Histórias de Sábado, do Clube do Conto e Internautas, da Editora Melhoramentos. Escreve periodicamente para o jornal O Contraponto e nos blogs www.betomenezes.biz e www.pedranorim.com.
  
Trechos de Despoemas
1) “Bastou um segundo, não mais que um segundo, meio segundo, um segundo de segundo, para que o belo eterno estático viesse a ser o dramático efêmero, tão igual belo. A modesta réstia do que foi se apagou da mente no primeiro giro da pirueta, pois logo a curiosidade pelo que nunca teve domino os pensamentos. O cisne alvo, um dia, apenas uma vez, vem a ser a ave negra, à vera. Só se cai uma vez, antes as outras só foi mero ensaio. Não se pode culpar os ventos, os deuses, os felinos ou casais desapaixonados; um olho maior estava dentro dele, e desde nascença, estava determinada esta atração pelo chão.” A Beleza da Queda da Beleza

2) Meu nome um dia estampará as páginas amarelas do esquecimento. Lanço mão de homenagem de gente nenhuma. Não perdoarei, não aceitarei os não-pedidos de desculpas das pessoas que sempre me trataram bem. Um dia ninguém vai segurar a minha necessidade de me dividir aos pedaços. Despedaçam-se os anos e o vendaval não vem aqui para executar o ofício inerente às trágicas entidades de desatar nós. Chegam mínimas nuvens de chuva, pedem um copo d’água, perguntam o preço e não me compram, não me levam quando me derramo, não me lavam a alma quando ponho a preço de banana.” Aos Suicidas e Suas Kawasakis


3) Há uma fonte lá no alto, em certo lugar da serra. Mina água de dentro da pedra. De onde essa água vem? É segredo e em si encerra. A água engatinha, fina camada, que qual brisa se arrasta em busca de outros ventos. A linha logo vira torrente, descendo a serra. Evitando sumidouros, o córrego agora é riacho, o riacho agora ribeiro, o ribeiro rio. E este rio será isso até vir à foz, e depois da foz, a anunciação do oceano fará com que ele, em close, deixe de existir só por si.” A Sombra da Cachoeira


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