A Princesa e o Poeta

Hoje é aniversário de Amanda Paiva, a menina que edita o http://www.amanda-paiva.blogspot.com/ e é autora do conto O  Taxidermista. Quando Romoaldo me mostrou o texto, fiquei impressionado com a capacidade narrativa de Amanda. Para quem não conhece,  Romoaldo é uma figura emblemática, ele alterna uma sensibilidade artística aguçada com a brutalidade  típica dos Hamurabis Neandertalis. No entanto, quando fala de Amanda se derrete todo.

Foi assim, por Romoaldo, que aprendi a admirar Amanda, depois gostar e hoje adoro a menina dos olhos de ébano.

O poema abaixo é um presente para ela. Ele conta a história do amor entre um poeta e uma princesa que moram em reinos distantes. Eles vivem de dizer adeus e morrer de saudade. Triste como toda história de amor, mas cheia de sorrisos, flores e goiabas divididas.

PS: Mifô, cuide bem da menina, viu? Em Sapé, a gente mata, bebe o sangue e ainda come a orelha com farinha de quem pisa na bola.

 

A princesa e o poeta

Para Amanda e Mifô

Ela era feliz

por ter um poeta,

sentia-se completa.

Tinha não só

poemas dedicados,

mas um poeta inteiro

com coração de pedra

e olhos de tinteiro.

Ela era feliz

por ter um poeta,

sentia-se completa.

E o poeta pela metade,

pois via na Amada

um amor que não lhe cabe.

Poetas são assim,

nunca são completos,

e o pior, estão sempre

dizendo adeus.