O PAPEL
Os versos violam o ventre do papel,
Maculam sua virgindade pálida
E rasgam-lhe a alma vegetal.
Na plenitude alva de seu mistério,
As letras talham-se uma a uma
Em um balé tátil de tatuagens tépidas.
Ah! No plenilúnio último de suas linhas tênues,
O papiro, pássaro albino sem asas,
Enclausura-se na gaiola das idéia
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