quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Algumas letras sobre Agosto

Por Linaldo Guedes

Com a conclusão de mais uma edição do Agosto das Letras, evento promovido pela prefeitura de João Pessoa, através da Funjope, hora de computar perdas e ganhos.

Mais ganhos do que perdas, penso eu.

Não é fácil organizar um evento com tamanha pluralidade de escritores e estéticas em cena, mas no cômputo geral a Funjope, através do poeta André Ricardo Aguiar, conseguiu dar conta do recado mais uma vez, principalmente sabendo que os governos não costumam apoiar eventos literários, o eterno patinho feio da área cultural.

André conseguiu encaixar na programação nomes do primeiro time da literatura nacional, como Miguel Sanches Neto, Ronaldo Correia de Brito, Xico Sá, Rosa Amanda Strauz, Elvira Vigna, Pedro Salgueiro e Alice Ruiz.

Eles, num diálogo com autores da terra, como Ronaldo Monte, Jomar Souto, Antônio Mariano, Rinaldo de Fernandes e Tarcísio Pereira saciaram um pouco a sede do público que foi conferir in loco as palestras e oficinas.

Que público?

Este voltou a ser o grande problema do evento.

Em alguns casos, a chuva atrapalhou, mas a falta de mobilização da Funjope e de escritores da terra e a própria estrutura em si do evento atrapalhou.

Se era para organizar o evento em praça pública (Ponto de Cem Réis) a estrutura ficou aquém. A Feira do Livro foi mal organizada, com poucos estandes. Faltou um café-shopp, para abrigar escritores e participantes nos intervalos das palestras. Ainda acho que o melhor local para os debates teria sido o Teatro de Arena do Espaço Cultural. Também antecipar em cima da hora o debate com Rosa Amanda para não dar choque com o Som das Seis foi falta de respeito com o público do evento.

Faltou mobilizar, também, escolas para levarem estudantes do ensino médio. Incentivar o debate nas escolas e fazer um rodízio de instituições no evento a cada noite. Esta falha foi constatada no Salão do Livro do ano passado e se repetiu agora.

As coordenações de Letras das nossas universidades poderiam também ter disponibilizado ônibus para levar estudantes ao evento, como bem sugeriu Valéria Rezende. São iniciativas sem custos que dariam o necessário feedback aos escritores.
Já nossos escritores, estes continuaram em seu casulo. São quem mais reclamam da falta de eventos como estes. Ao mesmo tempo, são os mais ausentes dos eventos literários. Geralmente, só aparecem quando eles mesmo são convidados, o que é uma pena. No Tome Poesia sempre foi assim. E em outros eventos também. Afora Valéria Rezende, que compareceu todas as noites, e Archidy Picado Filho, não vi outro escritor presente que não os participantes. Numa terra de tantos escritores e pseudos, não deixa de ser estranho isso. Embora o nome talvez seja outro.
A nossa imprensa também fez uma cobertura pífia do evento. Limitou-se a divulgar a agenda do Agosto das Letras. Nada fora do convencional, à exceção para Tiago Germano, do Jornal da Paraíba, sempre presente, participando e escrevendo sobre o evento.
Menos mal que a turma nova compareceu em peso. O pessoal do Caixa Baixa e do grupo Blecaute participou ativamente e deu o quórum necessário para o evento. A expectativa é que eles mantenham esse fôlego e acendam nossa literatura, sem faíscas de egos desnecessários.


Que as falhas do evento deste ano sejam corrigidas, para que o Agosto das Letras se insira definitivamente em nosso calendário cultural e não fique mais parecendo uma coisa feita de improviso e sem preocupação com sua importância.

linaldo edita o http://linaldoguedes.blog.uol.com.br/

Hoje tem bate-papo com Jessier Quirino

O menestrel popular, Jessier Quirino, volta ao palco do teatro Paulo
Pontes da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc) para apresentar
o espetáculo “Berro Novo”, nos dias 1 e 2 de agosto. Além de encantar
com a sua poesia matuta nordestina, o poeta participa de bate-papo com
cordelistas, escritores, repentistas, estudantes e fãs nesta
quarta-feira (31), às 16h30, no Auditório Verde da Funesc. Para
participar do evento basta chegar com antecedência ao local e garantir
um dos 200 lugares da capacidade da sala.

No bate-papo, o paraibano que mora em Itabaiana irá contar um pouco de
sua trajetória e do processo de construção das obras, tendo como
gancho o último livro publicado, “Berro Novo”, Nele, Quirino traduz em
verso e prosa, cenas do cotidiano rural com pitadas de humor e lirismo
peculiares ao estilo Jessier. A conversa será mediada pelo coordenador
de literatura da Funesc, Archidy Picado Filho e pelo coordenador de
pesquisa musical, José Reinaldo Tavares.
Além da participação presencial no auditório, os internautas poderão
acompanhar ao vivo através do site da Funesc (www.funesc.com.br), e
mandar perguntas pelo twitter: @funescpbgov .

O objetivo da Funesc com a realização desses bate-papos com artistas
que se apresentam em um dos equipamentos culturais da fundação é
aproximar a cultura à população, bem como oferecer a oportunidade a
estudantes, profissionais e interessados de ter contato com a
experiência e talento de artistas de universos distintos.

Serviço

Bate-papo com Jessier Quirino
Local: Auditório Verde da Funesc
Data: 31 de agosto (quarta-feira)
Hora: 16h30
Ingresso: Gratuito
Capacidade do auditório: 200 lugares
Realização: Funesc

Show Berro Novo (recital solo Jessier Quirino)
Local: Teatro Paulo Pontes do Espaço Cultural
Preço: R$ 50,00 (inteira)  /  R$ 25,00 (meia-entrada)
Vendas antecipadas de ingressos: Fatia Grill (Manaíra Shopping),
Herrero (Shopping Tambiá), Farmácias Redepharma e bilheteria do teatro
Informações: 83 9971 0808 / 3211 6232

*

Mirna Barbosa mirnabarbosa10@hotmail.com
Assessoria de Imprensa da FUNESC

Archidy Picado Filho
Coordenador de Literatura e Memória Cultural da FUNESC
(83) 8723-0455 (Oi) e 9628-2167 (TIM)
Fundação Espaço Cultural da Paraíba (FUNESC) – (83) 3211-6244
Avenida Abdias Gomes de Almeida, 800 – Tambauzinho
CEP 58-042-100 – João Pessoa – PB

Aconteceu, virou manchete

Ideia bacana e que pode ser copiada por aqui.


Feira de Troca de Livros e Gibis aconteceu no Parque do Carmo


O projeto Feira de Troca de Livros e Gibis promovida pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo,aconteceu dia 28 de agosto, ao Parque do Carmo, entre 10h e 15h. As trocas foram realizadas diretamente entre os freqüentadores, que tiveram à sua disposição mesas separadas e organizadas por assuntos determinados: literatura geral, literatura infanto-juvenil, gibis e “troca com a mesa”. Nesta última o participante deposita um título na mesa e pega outro. Para participar, a única recomendação é que os livros estejam em bom estado e não sejam didáticos. Desde o início da atividade na cidade de São Paulo, em 2007, já foram trocados mais de 50 mil livros.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Jessier Quirino e seu Berro Novo

O poeta paraibano Jessier Quirino apresenta o seu novo espetáculo  “Berro Novo” no Teatro Paulo Pontes,  em João Pessoa, nos próximos dias 1 e 2 de setembro, sempre a partir das 20h30.

Ingressos estão à venda na bilheteria do Teatro, na Fatia Grill do Manaíra Shopping, na Herrero do Shopping Tambiá e nas Farmácias Redepharma. Inteira é vendida a R$ 50 e meia a R$ 25.

Notícias de última hora


As inscrições de propostas para construção da 5ª Feira do Livro de São Luís foram prorrogadas para o dia 31 de agosto. A decisão da Fundação Municpal de Cultura de São Luís (Func) vale para interessados em realizar palestras, performances, apresentação de trabalhos, lançamento de livros, dentre outras atividades. O evento acontece de 04 a 13 de novembro, na Praça Maria Aragão. As propostas devem ser encaminhadas aos e-mails:feiradolivro5@gmail.com ou ascom_func@yahoo.com.br

Mais informações: www.funcsl.wordpress.com


Estão abertas, até 31 de agosto, as inscrições para o 5º Concurso Literário Guemanisse de Minicontos e Haicais. O evento está dividido nas categorias de minicontos e haicais e aceita textos de temática livre, na língua portuguesa. As obras participantes não precisam ser inéditas. A premiação do Concurso é composta por concessão em dinheiro e publicação do texto em livro: www.guemanisse.com.br

Minha leitora mirim





Peço licença aos passageiros do ônibus para exercer meu papel de pai coruja publicamente.

O vídeo acima foi feito por mim(desculpem a qualidade), enquanto eu e Beatriz líamos e ouvíamos música. Nele, ela lê pra mim, lê pra ela, diz Bach e rege a 9ª de Bethoveen.

Em tempo, meu agradecimento a Amanda Paiva que me ensinou a postar vídeos no you tube. Valeu, mandinha.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Livramento e suas histórias



Repassando o convite

Encaminho para todos vocês,o convite para o lançamento do livro  "Livramento,aqui tem história",que acontecerá nesta terça-feira (30),ás 14h,no município de Livramento-PB.Este livro é o produto final do edital microprojeto do MINC lançado em 2009.
Sua presença será de grande importância para todos nós.
Atenciosamente,

A coordenação do programa.


Pedro Pereira dos Santos
Arca das Letras/PB
83 9909-6854

Os leitores têm megafones: Como Dialogar com consumidores de livros nas redes sociais

O Curso “Os leitores têm megafones: Como Dialogar com consumidores de livros nas redes sociais”, oferecido pela Escola do Livro, da CBL (Câmara Brasileira do Livro), acontece no dia 15 de setembro de 2011,  das 9h30 às 13h30. O objetivo do curso é explicar as mudanças nas relações editora/autores com os leitores após o crescimento das redes sociais e apontar técnicas para se comunicar eficientemente com consumidores de livros em redes sociais. O curso será apresentado por Verena Pititinga. Verena é gerente de desenvolvimento de negócios da Infoglobo e responsável pela gestão da rede social O Livreiro. Com experiência em arquitetura da informação, planejamento e desenvolvimento de novos produtos.  Mais informações do curso podem ser obtidas pelo e-mail escoladolivro@cbl.org.br ou pelo telefone (11) 3069-1300.

domingo, 28 de agosto de 2011

Curtas

A NOTÍCIA DO LANÇAMENTO NA INTERNET DA WDL

A Biblioteca digital mundial Já está disponível na Internet, através do site www.wdl.org

Reúne mapas, textos, fotos, gravações e filmes de todos os tempos e explica
em sete idiomas as jóias e relíquias culturais de todas as bibliotecas do planeta.

_________________________________________________________________________________

Leitor, aquele que lê

Entrevista de Galeno Galeno Amorim, Presidente da Fundação Biblioteca Nacional  a Gazeta de Alagoas,quando esteve em Maceió, no  XXIV CBBD:
Wilma Nóbrega

__________________________________________________________________________________

Roda de leitura

"A poetisa Cyelle Carmem participou,  na Sala de Convenções 1 da Estação Cabo Branco - Ciência, Cultura e Artes,de  no Altiplano, da Roda de Leitura e Poesia, uma das atividades do Projeto Estação Poética, que, neste mês de agosto, contou com a participação do grupo de idosos Todos em Ação, do bairro de Mangabeira, com o objetivo de estimular o gosto pela leitura. Cyelle é natural de João Pessoa e é uma das integrantes do coletivo de poetas Caixa Baixa".

Em tempo, a roda de leitura, que proporciona o encontro de escritores locais com o público pessoense, já recebeu outro membro do CAIXA BAIXA, Thiago Fook foi o convidado do mês de julho. Em outubro, para comemoração ao dia das crianças, é a minha vez.

Parabéns ao pessoal da estação por essa iniciativa tão bacana.

sábado, 27 de agosto de 2011

Antes que Agosto acabe



por Lau Siqueira

Os eventos de literatura têm proliferado pelo Brasil afora, talvez, como em nenhum outro momento da história. Até mesmo pequenos municípios brasileiros começam a ganhar destaque nacional por conta dos seus eventos literários. Se é bom que assim seja, não temos dúvidas. Mas que isso pode melhorar é a nossa melhor certeza. Um dos maiores desafios é fazer com que esses eventos deixem de ser meros encontros de escritores e de meia dúzia de apaixonados leitores, geralmente, movidos por razões mais midiáticas que propriamente literárias. Aqui em João Pessoa não é diferente. O Agosto das Letras entrou na programação cultural da cidade em 2006, deixando de acontecer em 2008 e retornando em 2009, 2010 e 2011, com um formato mais denso, mas ainda assim com os problemas comuns a maioria dos eventos literários espalhados pelo país.


No interior do Rio Grande do Sul, provavelmente, esteja sendo realizado o mais importante evento de literatura do país. A Jornada Literária de Passo Fundo não deixa de ser um grande encontro de escritores, mas, sobretudo, passou a ser uma importante política pública de formação de leitores. Os autores convidados são estudados nas escolas no ano anterior e quando chegam ao evento para os diálogos propostos têm a certeza de terem sido lidos por grande parte da platéia. Este é um dos aspéctos que diferencia a Jornada Literária de Passo Fundo até mesmo dos demais grandes eventos literários, como a Feira do Livro de Porto Alegre, os Salões do Livro e Bienais que se espalham pelo país como modelo de incentivo ao mercado do livro. No entanto devemos ter claro que os interesses do mercado do livro geralmente estão distantes dos interesses da literatura. Portanto, a despeito dos grandes investimentos das Feiras, Salões e Bienais, fiquemos com o que interessa entre o joio dos trigais e as águas profundas da imaginação.


Os eventos literários (e o Agosto das Letras não escapa disso) têm seguido um modelo que contribui de forma bastante acentuada para as trocas necessárias entre os escritores de norte à sul do país. Portanto, o Agoto das Letras não é um evento que esteja, definitivamente, rendido aos interesses não muito inocentes do mercado do livro, como as frias Bienais, Salões e Feiras de Livro espalhadas pelo país. Também não quero dizer que esses eventos não são necessários, mas é preciso que se compreenda que os interesses de um e de outro são distintos. O Agosto das Letras é um evento que prima pela qualidade das suas escolhas, aprimora cada vez mais a troca de experiências entre as políticas de fomento da literatura, principalmente, no meio alternativo. Traz provocações importantes para o centro da cena, mas como o FestPoa Literária (que é um evento privado), os Encontros de Interrogação do Itaú Cultural (que também é privado) o Festival Literário de Recife (que é do poder público), ainda não se revela com um instrumento de pollítica pública capaz de estreitar a relação entre o público leitor e o autor ou a autora.


Nomes da mais alta relevância da literatura brasileira contemporânea já passaram pelo Agosto das Letras. Sejam eles paraibanos ou de outros estados. Uma das melhores revelações do evento foi ter confirmado a literatura paraibana como uma das mais importantes do país. Também é preciso reconhecermos que apontaram por aqui projetos editoriais importantes como o Dulcinéia Catadora e, neste último Agosto, os projetos Cidade Poema e Instante Estante. Não se pode dizer, absolutamente, que nada valeu a pena. Muito pelo contrário, estamos construindo uma história. Aliás, o discurso da “terra arrasada” é a parte que ficará, certamente, para os jaburus da disputa política que querem medir forças segurando as alças da diluição cultural e da estupidez enquanto método de disputa. Devemos estar atentos aos oportunistas de plantão que criticam sem propor e que desdenham da coragem que não possuem. Logicamente que os oportunistas de plantão também deverão querer dimensionar os fatos dentro das suas correntes de interesses (e haja bocão!).


Por isso tudo, antes que o mês de agosto de 2011 acabe, devemos começar a discutir o próximo Agosto das Letras. Certamente com uma proposta de ampliação das suas articulações, com a política das bibliotecas, das editoras existentes no município, com as secretarias de educação do município e do estado, com os cursos de letras das universidades paraibanas, com as iniciativas que vem sendo desenvolvidas em municípíos como Nova Palmeira, Boqueirão, Cajazeiras, Aparecida e outros. Ampliando o diálogo nordestino, a partir de agitadores das cenas de Natal, e aí eu cito entre outros o poeta Carlos Gurgel que por aqui esteve lançando seu livro e os companheiros e companheiras de Pernambuco, Ceará, Sergipe e Alagoas, apenas para citar os mais próximos.


Lembro que o evento teve um início bastante tumultuado em 2006, com diversos pólos e quase que nenhuma repercussão. Em 2007, conseguiu estabelecer relações com o Festival Literário de Recife, realizando trocas efetivas com participações de autores locais e trazendo consigo uma proposta editorial com o projeto Novos Escritos. Foram 10 autores lançados em 2007, o que consideramos bastante significativo. Para ter repensada a sua significação o evento deixou de acontecer em 2008, ano eleitoral, retornando em 2009 novamente com a publicação de livros de autores locais e uma bem articulada curadoria do poeta andré ricardo Aguiar que se refletiu também em 2010 e 2011. No entanto, mais uma vez faltou essa articulação maior com outros atores do campo da literatura e do conhecimento. Até mesmo alguma coisa que cortasse a carne da vaidade de alguns de nossos poderosos intelectuais que “acham feio o que não é espelho”. Na pele escancarada dos dias e noites, um Sol que não se importasse em nascer primeiro e dormir mais tarde.


Não vai aqui nenhum tipo de condenação a um evento que, tenham certeza, foi concebido exatamente para estimular a literatura enquanto forma de pensar o mundo que vivemos e enquanto tábua de conhecimento para as novas gerações. Estamos propondo exatamente o contrário. Na verdade, estabelecemos aqui uma saudável provocação para que o Fórum de Literatura de João Pessoa, um instrumento poderoso mas que não tem conseguido caminhar com as próprias pernas, chame para si a responsabilidade de convocar a Fundação Cultural de João Pessoa para discutir o evento e propor um formato que insira o Agosto das Letras no âmbito das oficinas de leitura desenvolvidas pela própria fundação, dialogando também com todos os agentes da cena literária local: editores, livreiros, autores, bibliotecários, professores de literatura, criadores de outras artes, uma vez que o evento se mostra vocacionado ao multiculturalismo e aos anseios das políticas públicas.


Seria interessante que o Fórum de Literatura se reunisse provocando este momento ainda no mês de agosto de 2011. É bom pensar sobre a carne quente e ainda pulsante. Mas, esperamos que esta avaliação do V Agosto das Letras não se configure em retaliações baratas de vaidades e interesses feridos. Avaliar o V Agosto das Letras vai significar que estamos buscando melhores caminhos para que o evento que já se refenciou nacionalmente como um dos mais importantes do país, passe a exercer boas influências, também, junto ao público das escolas públicas, das universidades, das experiências máximas como a Biblioteca Comunitária Cactus, como o Sebo Cultural enquanto experiência máxima de diálogo com o autor local e outras percepções que possamos apanhar neste campo de centeios e mandacarus, com muitas pedras no meio do caminho.


Enfim, pro dia nascer feliz. Sigamos em frente...


lau edita o blog http://lau-siqueira.blogspot.com/

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Lúcio Lins para uma sexta chuvosa

fóssil

quantos marinheiros
fizeram a pedra
do meu porto

hoje náufragos
fazem a lápide
do meu corpo

sou um porto de emoções
o cais (meu coração)
tem outra história ancorada




(Do livro As lãs da insônia)

Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro 2010





A apresentação da Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro 2010 que foi divulgada no último dia 16/08, está disponível no site apenas para o associado da CBL na área exclusiva do associado. O brasileiro, em 2010, comprou mais livros do que em 2009. Isso favoreceu um crescimento de 8,12% no faturamento do setor editorial no ano passado, que ficou na casa dos R$ 4,5 bilhões, acompanhado por um crescimento de 13,12% no número de exemplares vendidos. Este ganho de escala permitiu a manutenção da tendência da queda do preço médio do livro vendido, observada desde 2004, com um recuo em 2010 de 4,42%. Para conhecer o estudo em detalhes, tenha em mãos o login e senha atualizados e baixe a apresentação na área exclusiva do associado.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Entrevista sobre Augusto dos Anjos

Entrevista concedida a Tv Cabo Branco durante a realização do  evento Celebrando os Anjos de Augusto 2010, em Sapé.

veja a entrevista aqui - jeito de escrever

Repassando

Na qualidade de Coordenador de Literatura e Memória Cultural da Fundação Espaço Cultural José Lins do Rego (FUNESC), quero convidá-lo a cadastrar-se “Escritor” e/ou “Palestrante” para maiores conhecimentos de nossa Coordenação sobre sua existência e atuações.

Para tanto, envie por archidy@ibest.com.br currículo, títulos de livros publicados e uma foto recente sua, bem como texto de apresentação do tema de sua palestra – caso seja (também) Palestrante – e sites, entre outras indicações de leituras sobre você e suas atuações.

Obrigado.


Archidy Picado Filho
Coordenador de Literatura e Memória Cultural da Fundação Espaço Cultural José Lins do Rego (FUNESC) – (83) 3211-6244 / 8723-0455

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Formação de leitores em domicílio

  


 DE SÃO BERNARDO DO CAMPO, SP



"Não saber ler é como ser cego. Precisamos ser guiados”, diz Maria Alves ao descobrir um mundo novo após ser alfabetizada aos 73 anos. Sua metáfora da cegueira foi confidenciada a Célia Moura Rantzi, uma cabeleireira de 27 anos cuja vida também foi transformada pela leitura e por histórias como a de Maria.
Há quatro meses, Célia trabalha como um dos Agentes de Leitura, programa de formação de leitores do Ministério da Cultura em parceria com governos estaduais e municipais. São Bernardo do Campo, a cidade onde vive, na Grande São Paulo, foi a primeira a colocar o projeto em prática, em maio. São 185 agentes treinados há um ano para atuar como estimuladores de leitura — e divulgadores de livros — em bairros carentes da cidade. Nos próximos meses, o programa começa em mais 14 estados, incluindo o Rio de Janeiro (as inscrições estão abertas para a seleção de agentes) e a expectativa do MinC é ter 15 mil agentes de leitura trabalhando em todo o Brasil até 2014.
O programa segue um modelo implementado em menor escala em 2005 pelo governo do Ceará, seguindo uma ideia do educador Fabiano dos Santos Piuba.

— Martelava na minha cabeça a ideia do agente. Pensava nos da saúde, que vão de casa em casa praticando medicina preventiva. Daí veio a ideia dos agentes de leitura, cujo objetivo principal é formar leitores — afirma Piuba, hoje diretor do Livro, Leitura e Literatura no Ministério da Cultura.


Acervo composto por livros clássicos e de autores da região
O resultado foi tão positivo que o MinC o convidou para aperfeiçoar o programa e torná-lo nacional. O modelo atual, desenvolvido em parceria com a Cátedra Unesco de Leitura da PUC-Rio, selecionou e está formando 3.142 agentes em 15 estados brasileiros.

Podem ser agentes de leitura os jovens que tenham ensino médio completo e idade entre 18 e 29 anos. Eles são selecionados por meio de concurso público, com prova escrita, oral e entrevista. Têm preferência jovens cujas famílias recebam o Bolsa Família. Depois de aprovados, o grupo passa por um processo de formação antes de ir a campo. Recebem uma bolsa de R$ 350 ao mês. Usam um boné e uma camiseta para serem facilmente identificados e são guardiões de um acervo de até 100 livros, metade composto por clássicos da literatura brasileira e universal, metade de obras e autores da região onde atuam.

— O agente é uma biblioteca itinerante. O acervo é escolhido em parceria com o município ou estado. Clássicos como Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade ou Ruth Rocha dividem espaço nas mochilas com autores de cada região. O Rio Grande do Norte, por exemplo, escolheu muita literatura de cordel. Já no Rio de Janeiro, a literatura de temática urbana contemporânea tem destaque — explica Nilza Rezende, responsável pela coordenação do projeto na PUC-Rio.

Cada agente atende a no máximo 25 famílias que vivem perto de sua casa. São todas cadastradas no Bolsa Família e escolhidas em parceria entre as secretarias da Cultura e do Bem Estar Social. Além das visitas semanais às casas, onde realizam rodas de leitura, contam histórias e emprestam livros, os agentes também atuam em bibliotecas, escolas, centros culturais e comunitários, promovendo saraus literários ou contação de histórias.

— No Ceará, observamos que as crianças das famílias atendidas por agentes apresentaram melhora no rendimento escolar. Muitos adultos analfabetos buscaram cursos de alfabetização estimulados pelos agentes — conta Piuba, que negocia com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) uma parceria para poder medir os resultados do projeto no Brasil.
Quem olha o trabalho dos agentes não deixa de se surpreender com a receptividade à iniciativa, a animada algazarra de crianças e adultos diante do contador de histórias. Afinal, não deixa de ser irônico a festa em torno de uma mídia tradicional num momento em que se discute o futuro do próprio livro num mundo cada vez mais digitalizado. Mas esta realidade ainda é um sonho distante nas comunidades carentes do país, onde o velho e bom livro — e o contador de histórias — são os protagonistas de um projeto que pode ser transformador.
Uma das principais pesquisadoras da formação de leitores no Brasil, Marisa Lajolo, da Unicamp, elogia o formato do Agentes de Leitura, mas diz que a existência do programa expõe as deficiências do sistema educacional brasileiro.

— Se tivéssemos bons professores não precisaríamos de agentes da leitura. O melhor exemplo disso é que todas as escolas bem avaliadas não precisam de gente de fora para promover a leitura. Ela mesma se encarrega disto — afirma. 

Lembrando a instabilidade no repasse de verbas para outro programa de estímulo à leitura, o Proler, da Fundação Biblioteca Nacional (criado em 1992), ela diz ainda que um desafio da área é garantir a continuidade das ações. 

— Para isto é preciso algo mais do que vontade política. Neste momento, há um capital grande interessado nisso: a indústria livreira, ameaçada pelo livro digital — constata.

Em São Bernardo do Campo, por exemplo, a previsão é de que o programa seja renovado por mais um ano e o número de agentes passe de 185 para 400 — mas a falta de bibliotecas em bairros carentes como Baeta Neves e Alvarenga levanta uma interrogação sobre como os leitores formados pelo programa poderão manter o hábito de ler. 

Fabiano dos Santos Piuba, criador do programa e diretor do Livro, Leitura e Literatura no Ministério da Cultura, pretende acompanhar o desempenho das crianças atendidas por agentes em avaliações como a Prova Brasil. Também negocia uma parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para produzir pesquisas sobre o projeto. 

Medir os resultados é um desafio. Números positivos podem estimular governos estaduais e federais a investir, em parceria com o governo federal, no programa ou em iniciativas semelhantes. No momento, a maior parte da verba vem do Ministério da Cultura, via Fundo Nacional de Cultura. A contrapartida é de 1/3 por parte de estados e 20% pelos municípios. 
Cada agente de leitura custa R$ 7 mil reais por ano, incluindo seleção, material e capacitação. Em um ano, o projeto em 15 estados com 3.142 agentes custará R$ 22,2 milhões. 
Para o escritor Francisco Gregório Filho, um dos fundadores do Proler, hoje há por parte do governo e da sociedade civil uma preocupação maior em relação à leitura. 

— Há uma determinação política para investir em formação de leitores. Daí a criação de novos programas, como o Agentes de Leitura, capaz de complementar outros como, por exemplo, o Proler, que teve seus percalços, mas voltou a se fortalecer — diz.

O Globo, 20 de agosto de 2011 - Caderno Prosa & Verso (capa e pag. 3)
 

Prêmio Feuc de Literatura 2011



Informações:

a) Concurso de poesia
b) Envio por e-mail
c) Publicação em coletânea

Prazo: 20 de outubro de 2011

Premiação:
I) 1º lugar: R$ 400 / 2º lugar: R$ 300 / 1º lugar: R$ 200 (por categoria)


Regulamento:
JUSTIFICATIVA: a FEUC, Fundação Educacional Unificada Campograndense, realiza, através do seu Centro Cultural, o PRÊMIO FEUC DE LITERATURA – versão 2011, com o objetivo de incentivar a criação artística e premiar seus autores.

CATEGORIAS:
– 1: Aluno da FEUC (matriculados na Faculdade, na Pós-graduação, no CAEL ou no
Colégio Magali);
– 2: Âmbito Nacional (todos que não estejam matriculados na FEUC).

MODALIDADE: poema.
TEMA: de livre escolha para as duas categorias.
APRESENTAÇÃO: obra digitada no Word; fonte Times New Roman; tamanho 12; espaço simples; máximo de 30 versos.
QUANTIDADE: até dois poemas por candidato.

INSCRIÇÃO: de 20 de agosto a 20 de outubro de 2011.
ENVIO: só serão aceitos poemas enviados por e-mail; endereço: premio@feuc.br
IDENTIFICAÇÃO: abaixo do poema, colocar o pseudônimo e a categoria.
FICHA DE INSCRIÇÃO: no mesmo arquivo do poema, enviar as seguintes informações: nome, pseudônimo, título do poema, categoria, endereço completo, cep, telefone, e-mail e nome do intérprete; não é necessário enviar currículo.

JULGAMENTO: a comissão julgadora selecionará os melhores trabalhos, os quais estarão classificados para a final do concurso. Os nomes dos jurados serão divulgados em ocasião oportuna.

PREMIAÇÃO:
– Categorias 1 e 2:
1º lugar: R$ 400,00 e certificado.
2º lugar: R$ 300,00 e certificado.
3º lugar: R$ 200,00 e certificado.
– Melhor intérprete: 100,00 e certificado.

RESULTADO: a partir do dia 15 de novembro, todos os inscritos serão comunicados por e-mail quanto à classificação das obras para a final do concurso, que acontecerá nas dependências da FEUC, no dia 3 de dezembro, às 16 horas.

EXPLICAÇÕES:
1. O autor deve indicar o nome do intérprete de seu poema na ficha de identificação, podendo ser ele próprio. Para os que não puderem comparecer à final do concurso, indicaremos intérpretes para suas obras.
2. Caso seja editada uma antologia com as obras classificadas, a FEUC se reserva o direito de distribuí-la para entidades culturais e/ou vendê-la para ressarcimento de custos, como também publicar essas obras em outras edições.
3. As antologias serão dadas aos candidatos, a título de direitos autorais, na seguinte disposição em cada categoria:
– 1º lugar: 15 exemplares;
– 2º lugar: 10 exemplares;
– 3º lugar: 05 exemplares.
– demais classificados: 3 exemplares para cada um.

4. Os trabalhos enviados não serão devolvidos.
5. A inscrição neste concurso corresponde à aceitação plena deste regulamento. O não-cumprimento do mesmo resultará a desclassificação do candidato.
6. Os casos omissos neste regulamento serão resolvidos pela comissão organizadora do concurso.

OBSERVAÇÃO: os livros editados serão entregues ao autor (ou a seu representante) pessoalmente. A FEUC não se responsabiliza pelo envio das antologias através do correio. Se o autor quiser receber seus livros pelo correio, deve arcar com as despesas desse procedimento.

MODELO DA FICHA DE INSCRIÇÃO:
NOME:
PSEUDÔNIMO:
TÍTULO DO POEMA:
CATEGORIA:
ENDEREÇO COMPLETO:
Rua: Nº:
Bairro: Cidade:
Estado: Cep:
TELEFONE:
E-MAIL:
NOME DO INTÉRPRETE:

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Literatura e Absinto


 foto wander shirukaya

O sarau do CAIXA BAIXA bombou. Revi os amigos de Campina João Matias e Bruno R., lamentei as ausências de Bruno Gaudêncio, Thiago Fook e Jãn Macedo, que também integram o time da Rainha da Borborema, conheci Robson Feoli, o caba que leu no meu funeral, reencontrei Dália, Emilayne, Archidy, entre outros camaradas.  

Além dos reencontros, a noite foi  de muita literatura. wander e betomenezes estavam inspirados. O saco por Denser ficou singular. E ainda teve Félix, o ex- CB que está em todas.

Fazia muito tempo que não me divertia tanto. Esqueci até da minha limitação de voz. Resultado, garganta inflamada. Tudo bem, estou feliz.

Sei que em um grupo há muitas diferenças, e que às vezes, eu me aborreço com as coisas que acontecem no coletivo. No entanto, devo dizer que o CAIXA BAIXA está amadurecendo junto com seus membros. Amizades novas, fortalecimento das velhas e muito aprendizado, me fazem gostar demais de conviver com esse povo doido.

Quem não foi, perdeu. Quem esteve lá, vai lembrar-se durante muito tempo da noite regada a absinto.

¡E tenho dito!

APL lança livro do Mestre Crispim


Recebi e-mail do amigo e passageiro do ônibus Paulo Emanuel, comunicando que a APL promoverá hoje, às 17:30h, na sede da instituição, localizada à Rua Duque de Caxias, nº 25/37, centro de João Pessoa -PB, o lançamento dos livros Eu e outro arrecifes e Caminhos de mim do imortal Luiz Augusto Crispim.

Tive o privilégio de participar de uma mesa-redonda sobre Augusto dos Anjos com Crispim, e ainda fui recebido em seu escritório para tratarmos dos memoriais do poeta maior em Sapé e João Pessoa. Pouco tempo depois, ele foi se juntar às violetas.

Ainda sinto muita falta do Mestre.


Serviço: 

Lançamento dos livros Eu e outros arrecifes e Caminhos de mim de Luiz Augusto Crispim

Onde: Academia Paraibana de Letras

Hora: 17:30 h

Quando: Dia 23 de agosto


 

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Por onde andam os jovens nomes que fazem a literatura na Paraíba?


Por Tiago Germano

Jornal da Paraíba 

Passada a quarta edição do Agosto das Letras, evento que, até anteontem, promoveu um diálogo entre autores locais e escritores de fora do Estado, a questão ainda ecoa na estreiteza das ruas ao redor do Ponto de Cem Réis: após a Geração de 59, os grupos Sanhauá e Caravela, os focos já heterogêneos de poetas, contistas, cronistas e romancistas que gravitaram em torno de suplementos literários (os extintos e os ainda editados), que nomes têm renovado a literatura paraibana com o entusiasmo de sua juventude?
O JORNAL DA PARAÍBA foi à cata da resposta e achou um número considerável de círculos literários que vêm atuando na esfera estadual e estendendo sua influência, através da internet e das mídias digitais, os domínios da prosa e do verso que praticam com regularidade, coletivamente.
“Não somos uma geração e não formamos um movimento, pelo menos por enquanto. Sobretudo, porque não temos uma só identidade literária, uma estética própria. O que temos é a vontade de descentralizar a literatura paraibana, antes focada em João Pessoa, e interiorizá-la, conduzindo também para cidades como Campina Grande, Boqueirão, Santa Rita, Sapé ou Cajazeiras”, afirma Bruno Gaudêncio, jovem que, além de escritor, jornalista e historiador, é um dos membros articuladores de um corpo de palavras que está se erguendo através da ação de muitos braços, como o Clube do Conto, o Núcleo Caixa Baixa, o Núcleo Blecaute e a Associação Boqueirãozense de Escritores.
“Quase todos os círculos tiveram como ponto de partida a necessidade de trocarmos experiências sobre a escrita. As reuniões são quase sempre informais e todos são espécies de ‘oficineiros’ e ‘oficinados’”, conta Roberto Menezes, representante do Clube do Conto que, segundo André Ricardo Aguiar, um de seus membros mais antigos, “é uma entidade anarco-organizada, sediada num ponto indefinido preciso, com contos que falam e contistas que ouvem mudos”.
De acordo com Roberto Menezes, as ‘regras do jogo’ não são assim tão flexíveis, nem tão rigorosas: “Nos reunimos semanalmente, aos sábados, no piso superior do Shopping Sul, em João Pessoa. As reuniões são marcadas para as 17h, mas podem começar ou não neste horário. Para participar basta levar um conto, ou um ouvido. Temos 50 membros, mas já houve dias de ninguém aparecer, ou de ir um só membro. O certo é que conto nós sempre temos, ainda que os de Joedson (Adriano, conheça no box abaixo) sejam em sonetos”, explica.
DIÁLOGO APRENDIZ
Integrante do Núcleo Caixa Baixa (que reúne também participantes do Clube do Conto), Bruno Gaudêncio comenta que os coletivos foram criados com a intenção de buscar um espaço entre as camadas de exercício literário da Paraíba e inspirados em figuras já consolidadas na literatura local, como Ronaldo Monte (que foi também um dos fundadores do Clube do Conto), Linaldo Guedes e Rinaldo de Fernandes, todos convidados  do Agosto das Letras.
“É importante frisar que não queremos romper com esta tradição literária, muito pelo contrário”, ressalta Bruno Gaudêncio. “Queremos aprender com ela, e também ter a humildade de quem está começando e se permitindo a errar”, diz o autor de Cântico Voraz do Precipício, livro de contos lançado no início do mês, em Campina Grande.
Além de lançamentos de livros, palestras e recitais, os agrupamentos literários têm promovido desde eventos de dimensões mais íntimas, como recitais, varais e saraus, até mobilizações que já estão adquirindo repercussão e relevância no calendário cultural do Estado, como a Feira Literária de Boqueirão (Flibo), uma iniciativa da Abes que já coleciona duas edições e levou para o município da Borborema vultos  como os de Ariano Suassuna, Bráulio Tavares, Jessier Quirino e Ronaldo Cunha Lima.
Outra iniciativa é a Revista Blecaute, que foi a mola propulsora para a fundação do núcleo de mesmo nome. A publicação eletrônica, que lança seu 9º volume no próximo mês e veio à luz em novembro de 2008, está hospedada no site da Universidade Federal de Campina Grande (sites.uepb.com.br/revistablecaute) e é produzida por três escritores residentes na cidade: Jãn Macêdo, João Matias de Oliveira e o próprio Bruno Gaudêncio. “Acho um trunfo termos uma publicação associada a uma instituição num Estado que ainda carece de políticas de fomento à cultura”, opina Gaudêncio.
Se a identidade de cada um dos escritores fica comprometida com a identidade dos grupos, Roberto Menezes responde: “A identidade de cada um está muito patente em cada um dos círculos. Nos influenciamos para melhorar.Até o momento está sendo edificante”.


domingo, 21 de agosto de 2011

Literatura em 140 caracteres


Twitteratura: o novo conceito motivou estudantes de Letras a pesquisar a tendência


Twitteratura é a literatura dentro da rede de microblogs Twitter. Reconhecê-la como novo meio de publicação literária é objetivo do trabalho de conclusão de curso de Daniele Freitas e Renan Pacheco. A pesquisa aborda um tema novo e, por este motivo, ainda é pouco estudado, o que traz ineditismo à monografia "Twitteratura: a arte de escrever em até 140 carcateres", dos formandos em Letras - Português/Inglês da Unisul de Tubarão, orientados pela prof.ª Cláudia Espíndola Gomes.

Mas para alcançar esse objetivo é necessário fazer um levantamento sobre o que é o Twitter e como a literatura está inserida nele, explicando como a rede é utilizada, justificar os benefícios para a literatura, identificar gêneros literários existentes na plataforma, caracterizar o perfil do escritor e do leitor, além de descrever as características da Twitteratura. Os autores ainda relacionaram o novo conceito à poesia modernista brasileira da primeira fase.

Consideramos Twitteratura todos os textos literários publicados no Twitter. Ou seja, não apenas adaptações ou recriações de obras clássicas, mas toda e qualquer arte literária que ocorra na twittosfera
Eles consideram Twittertatura todos os textos literários publicados no Twitter, sejam novas criações, adaptações ou recriações de obras clássicas. Apresentam a definição de que a Twitteratura funciona em um fluxo de obras literárias para serem lidas no momento da publicação. De acordo com o estudo, com um leitor interativo e dinâmico a acessibilidade da rede cria um ambiente democrático para a literatura online, possibilitando identificar gêneros literários publicados.

Os pesquisadores mostram que Oswald de Andrade é o primeiro nome da literatura curta no Brasil, com uma poesia radical, linguagem coloquial, sem rima ou métrica e destaque para a descrição de cenas em poucas palavras como um “flash cinematográfico”. A pós-modernidade também é determinante no tema. A dupla percebeu semelhanças com a crônica como a efemeridade, pressa do leitor, espaço limitado e uma forma de comunicação exclusivamente verbal, porém sem opções para edição do texto como parágrafos.

Mesmo assim, segundo Renan, os escritores twitteiros deram um jeito: “Os autores passaram a usar a pontuação como forma de editar e dar sentido, como barras, vírgulas, dois pontos, etc.”, comenta. E já se consegue levar a Twitteratura para fora da rede. Existem livros de romances criados no Twitter como @bia_bem (2009) de Guilherme Danadio, Vitor Fernandes e Luciana Xavier, e @re_vira_volta (2010) de André Lemos. O romance Santos Dumont número 8, foi “twitterizado” por Cláudio Soares em 2009. E também há os livros feitos através da rede como o @twitterbook e o @twitterror, ambos de 2009.

Daniele diz que aprendeu que não há limites para a Twitteratura. “Não é porque há um limite de 140 caracteres que é pobre, pelo contrário, através da nossa pesquisa mostramos que ela é muito rica”, justifica. Já para Renan, a Twitteratura é muito próxima dos jovens e “funciona como uma porta de acesso a literatura já consolidada. Não vai substituir os textos longos, só acrescentar”, aposta.

Jussara Sá, avaliadora da banca, comenta que é fantástico existir um outro lugar para a literatura. “Há quem diga que não, mas é literatura, sim. Por que não? A pós-modernidade é aberta”, pondera. Marizete Farias da Rocha, também integrante da banca, ressalta a pergunta inicial da rede como sinônimo do momento atual: “O que está acontecendo?”, questiona. “Esse tema me deu uma grande curiosidade, ele chama e prende a atenção. Eles disseram que o Twitter é como uma praça onde todo o tipo de pessoas se encontra e fala sobre tudo e isso é literatura, isso é vida, isso é Twitteratura”, define Marizete.

Parte da pesquisa foi feita através de um Sarau Literário via Twitter. Foram postados 2316 tweets literários, por 324 perfis, das 19h às 21h, em 21 de junho, de diversos estados do Brasil.

*Legenda da foto: Autores da pesquisa são formandos do curso de Letras - Português/Inglês
 

sábado, 20 de agosto de 2011

10 passos para escolher livros infantis

Por Camila Kehl



Mais uma lista da Revista Crescer que, com algumas pequenas modificações, trago para vocês. Os 10 passos ajudam os mais crescidinhos a decidir quais obras levar para casa.

1. Desbrave a literatura infantil


Sempre que tiver oportunidade, explore livros infantis – seja em bibliotecas, livrarias, salas de espera, na escola de seu filho ou na casa de amigos. Folheie, leia as histórias, observe as ilustrações e o estilo do autor. Quanto maior for seu repertório, mais elementos você terá para, nos momentos oportunos, escolher bons livros para seu filho.

2. Vá além da indicação de idade


Muitos livros têm indicação de faixa etária. Apesar disso, encare as indicações apenas como uma direção. Nunca, por exemplo, é cedo demais. Para bebês, livros de plástico e pano são a resposta certa. De 1 a 2 anos, eles vão adorar, por exemplo, os livros que têm alguma textura. Conforme crescem, as crianças se interessam pelos tipos cartonados, além dos que utilizam pop-ups e dobraduras. Para crianças um pouco maiores, em geral, as ilustrações também são sempre muito relevantes. Em relação às histórias, é bom prestar atenção na complexidade, tamanho do texto e vocabulário. Leve em consideração se é você ou ele quem está lendo. Para os em fase de alfabetização, os livros em letras grandes são um estímulo e tanto à leitura. Uma criança pode gostar de um livro dirigido a crianças mais novas, ou já se interessar por algo para as mais velhas. Tudo depende.

3. Conheça seu leitor


Seu filho já se encantou com os livros de um determinado autor, personagem, estilo ou coleção? Ele gosta de poesia ou o que mais chama a atenção são as imagens? Prefere personagens aventureiros ou mais introspectivos? Está atualmente fascinado por bruxas ou gosta de animais? Use sua sensibilidade para ler as dicas que seu próprio filho dá sobre as preferências literárias.

4. Resgate suas preferências de infância


Você se encantou com Flicts? Robinson Crusoé? Marcelo, Marmelo, Martelo? Busque na memória suas preferências literárias de infância, conte para seus filhos suas experiências com esses livros e ofereça a eles a oportunidade de experimentar essas obras (e trocar experiências com você).

5. Faça da literatura infantil um assunto


Com parentes, outros pais, com a professora da escola, com uma bibliotecária ou com o vendedor de sua livraria preferida, converse sobre os livros infantis, os títulos atraentes aos olhos das crianças, os mais aceitos, lançamentos etc. Nessas trocas, você consegue preciosas dicas.

6. Ofereça diversidade


Contos clássicos e modernos, poesias, livros de imagens e quadrinhos: é importante a criança ter acesso à diversidade, poder explorar diferentes gêneros, estilos e linguagens. Se forem os clássicos, prefira as versões que não ocultem passagens importantes e personagens “sombrios”.

7. Test-drive literário


Uma grande vantagem dos livros infantis é a possibilidade de examiná-los na íntegra antes de comprá-los. Ao escolher um livro para seu filho, opte por obras que você aprova não apenas como mãe ou pai, mas como leitor (mesmo porque, se a criança gostar muito do livro, pedirá para você ler para ela várias vezes).


8. Leia sobre a literatura infantil


Em revistas, jornais, blogs e sites que tratem de literatura infantil, procure se informar sobre sugestões de especialistas, bons lançamentos e livros premiados. Podem ser boas referências para futuras investigações em livrarias...

9. Use e abuse das bibliotecas


Não apenas as livrarias, mas também as bibliotecas são ótimos mediadores entre a criança e os livros. Elas possibilitam uma experimentação bastante ampla e diversificada, sem custos. São ótimas oportunidades para se conhecer novos autores e gêneros literários.

10. Permita que a criança faça suas escolhas


Por mais que a criança queira um livro que você não julgue excepcional, permita que, na biblioteca ou na livraria, ela também tenha a oportunidade de decidir qual levar. Em crianças mais velhas, especialmente, pode acontecer de elas só quererem ler o que escolhem. Indique alguns títulos, mas não faça imposição em relação às leituras.